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Por LUSA
A administração do Presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump, voltou a incluir Cuba na lista negra de Estados que apoiam o terrorismo, da qual tinha sido retirada em 2015, pelo então chefe de Estado, Barack Obama.
"O contínuo apoio de Cuba ao terrorismo no hemisfério ocidental deve ser travado. Hoje, os Estados Unidos voltam a colocar Cuba na lista de Estados que apoiam o terrorismo para responsabilizar o regime de Castro pelo seu comportamento maligno", escreveu o secretário de Estado na plataforma social Twitter, referindo-se aos antigos líderes cubanos Fidel e Raúl Castro.
Numa declaração citada pela agência France-Presse (AFP), Pompeo acusou Cuba de "ter apoiado repetidamente atos de terrorismo internacional ao dar refúgio a terroristas".
A decisão anunciada hoje, a poucos dias do fim do mandato de Donald Trump na Casa Branca, pode dificultar ao Presidente eleito, o democrata Joe Biden, que será empossado em 20 de janeiro, a renovação dos laços diplomáticos com Havana.
Depois de uma aproximação maior durante a administração Obama, os EUA endureceram a sua posição quanto a Cuba sob a liderança de Trump.
Cuba junta-se assim a Irão, Coreia do Norte e Síria na lista "negra" de Estados que apoiam o terrorismo, da qual o Sudão foi recentemente removido pela atual administração norte-americana.
Cuba tem recusado entregar fugitivos norte-americanos a quem concedeu asilo, incluindo um militante negro condenado pela morte de um soldado do estado de Nova Jérsia na década de 1970. Além do estatuto de refugiado político, os fugitivos norte-americanos receberam alojamento gratuito, cuidados de saúde e outros benefícios por parte de Cuba, que insiste que os EUA não têm "base moral ou legal" para exigir o seu regresso.
Cuba integrava desde maio de 2020 uma lista de países que não cooperavam com os programas antiterrorismo dos EUA.
Condenação firme e absoluta da fraudulenta qualificação de Cuba como Estado patrocinador do terrorismo
ResponderEliminar• Declaração do Ministério das Relações Exteriores de Cuba
O Ministério das Relações Exteriores condena nos termos mais veementes e absolutos a fraudulenta qualificação de Cuba como Estado patrocinador do terrorismo, anunciada pelo governo dos Estados Unidos em ato cínico e hipócrita.
Durante meses, especulou-se sobre a possibilidade de incluir Cuba na lista unilateral do Departamento de Estado que classifica os países, sem mandato ou legitimidade, sem motivação genuína, referindo-se ao terrorismo e suas consequências, e como instrumento de difamação aplicar medidas econômicas coercitivas contra as nações que resistem a ceder aos caprichos do imperialismo norte-americano.
O anúncio feito pelo secretário de Estado Michael Pompeo constitui um ato soberbo de um governo desacreditado, desonesto e moralmente falido. É sabido, sem dúvida, que a verdadeira motivação desta ação é impor obstáculos adicionais a qualquer perspectiva de recuperação das relações bilaterais entre Cuba e os Estados Unidos.
Cuba não é um Estado patrocinador do terrorismo, verdade reconhecida por todos. A política oficial e notória, e a conduta impecável do nosso país, é a rejeição do terrorismo em todas as suas formas e manifestações, em particular o terrorismo de Estado, por parte de quem, contra quem e onde for cometido.
Cuba é um Estado vítima do terrorismo e nossa população o sofreu em primeira mão, ao custo de 3.478 mortos e 2.099 pessoas com deficiência, por atos cometidos pelo governo dos Estados Unidos ou perpetrados e patrocinados desde o território desse país. com a tolerância das autoridades oficiais. Nós, cubanos, desprezamos com desprezo qualquer manobra destinada a manipular uma questão tão delicada, para fins grosseiros de oportunismo político.
Havana, 11 de janeiro de 2021.
Embaixada de Cuba acreditada na República da Guiné-Bissau