Ibrahim Boubacar Keita. Cimeira do G5 Sahel em Nouakchott, na Mauritânia. 30 de Junho de 2020. AFP - LUDOVIC MARIN
Texto por: RFI
O Presidente eleito do Mali, Ibrahim Boubacar Keita, foi libertado pela junta que o derrubou na semana passada. O anúncio foi feito, esta quinta-feira, pelos militares.
O "Comité Nacional para a Salvação do Povo" (CNSP), criado pelos militares que protagonizaram o golpe de Estado na semana passada, informou, através do Facebook, que Ibrahim Boubakar Keita “foi libertado e está actualmente na sua residência”. À agência France Presse, um porta-voz da junta também confirmou a libertação.
Esta era uma das reivindicações da CEDEAO, União Africana, ONU e União Europeia que rejeitaram o golpe de Estado. Esta quarta-feira, os delegados da CEDEAO, que estão no Mali, propuseram aos líderes do golpe militar que aceitassem um governo de transição por um período máximo de um ano. Os mesmos responsáveis indicaram que no final desse período, devem ser realizadas eleições no país para “restaurar a ordem constitucional”, após o golpe de 18 de Agosto.
A junta militar quer que a CEDEAO levante as sanções impostas ao Mali, mas a CEDEAO responde que essa questão só diz respeito aos chefes de Estado. O Mali está suspenso de todos os órgãos de decisão da CEDEAO até que a ordem constitucional seja restaurada e as fronteiras estão fechadas. A União Africana também suspendeu a condição de membro ao Mali na terça-feira.
Ibrahim Boubacar Keita, de 75 anos e há sete anos no poder, foi detido com outros responsáveis políticos a 18 de Agosto. O Presidente maliano é visto por muitos como o responsável pela crise de segurança, política e económica que o país atravessa. Nessa noite, ele anunciou a sua demissão na televisão nacional, afirmando ser a única opção para evitar um banho de sangue.
Este foi o quarto golpe militar na sua história, depois dos episódios ocorridos em 1968, 1991 e em 2012.
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