O Coletivo de Partidos Políticos Democráticos (CPPD), que engloba 18 formações políticas com e sem assento no Parlamento, prometeu esta sexta-feira, 17 de Novembro de 2017, agendar novas ondas de manifestações nas ruas de Bissau, se o Presidente José Mário Vaz, não cumprir com a “vontade do povo guineense”, que passa pelo respeito à Constituição da República ou pelo cumprimento o “Acordo de Conacri”.
A determinação dos partidos que constituem o Coletivo foi avançada pelo líder do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Domingos Simões Pereira, durante um comício popular realizada ao lado do edifício da União Desportiva de Bissau (UDIB), que se encontra a escassos metros do Palácio da República.
APOIANTES DO COLETIVO INUNDAM AS RUAS DE BISSAU PARA ‘SALVAR A DEMOCRACIA’
Após a repressão brutal das forças de segurança contra os manifestantes ontem, o Coletivo de Partidos Políticos mobilizou milhares de apoiantes no seu segundo e último dia das marchas para exigir o respeito à Constituição, bem como o cumprimento do Acordo de Conacri, assinado em Outubro de 2016. Os manifestantes provenientes de diferentes bairros da capital e algumas regiões começaram a concentrar-se na Chapa de Bissau por volta das 6 horas de manhã. Deu-se o início a marcha as 10 horas e participantes percorreram as avenidas Combatente da Liberdade da Pátria, Francisco Mendes, depois a avenida Domingos Ramos (até a Praça Che Guevara), Rua Eduardo Mondlane, antes de chegar à UDIB (Avenida Amílcar Cabral).
Durante a marcha podia-se ouvir seguintes coros: Terroristas não temos medo de nada! Bó gás ka bali – vosso gás não serve! JOMAV rua, Sissoco e Botche Candé, rua!
A manifestação decorreu de forma pacífica sem incidentes entre forças de segurança e manifestantes. Registou-se a presença das forças de ordem em todas as ruas que dão acesso ao perímetro do Palácio da República, bloqueando desta forma o acesso dos manifestantes. Já no local do comício, montou-se um dispositivo de segurança e ao lado do restaurante ‘Império’, para bloquear a passagem. A força do ECOMIB se mobilizou igualmente para servir do ‘escudo’ entre manifestantes e forças de segurança nacionais.
PAIGC ACUSA JOMAV DE IMPLANTAR A DITADURA PARA ‘MATAR’ A DEMOCRACIA E LIBERDADE DE MANIFESTAÇÃO
O líder do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Domingos Simões Pereira, afirmou que enquanto José Mário Vaz, não responder a “exigência do povo guineense” no sentido de cumprir e implementar o “Acordo de Conacri”, o Coletivo dos partidos democráticos vai continuar sair à rua para dizer ‘basta ditadura, viva liberdade e democracia’.
Informou ainda aos manifestantes que José Mário Vaz, levou o povo guineense num beco sem saída, dividiu todos os guineenses, paralisou todas as instituições da República, implementando assim a ditadura no país para matar a democracia e liberdade de expressão e manifestação.
“Nunca vamos admitir que sua intenção torne numa realidade, o poder é do povo”.
NABIAM DISSE QUE GOVERNO ‘ILEGAL’ DE SISSOCO NÃO PODE REALIZAR ELEIÇÕES
O presidente de Assembleia de Povo Unido – Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDG), Nuno Gomes Nabiam, disse que os líderes dos diferentes partidos juntaram-se no Coletivo para defender a democracia, o respeito à Constituição da República e exortar o Chefe de Estado José Mário Vaz, que o atual governo ilegal e inconstitucional liderado por Umaro Sissoco Embaló, não está em condições de organizar as próximas eleições legislativas de 2018.
Nabiam, informou que os membros do Coletivo não têm medo de ninguém e muito menos do Presidente da República, nesse sentido pediu o povo guineense para sair em massa na próxima marcha a fim de salvaguardar o interesse nacional.
“Queremos continuar chamar atenção a José Mário Vaz, Botche Candé e Umaro Sissoco Embaló, para evitarem de orquestrar manobras dilatórias que possam pôr em causa a liberdade de manifestação do povo guineense. Elementos do Coletivo não são violentos, mas sim querem a paz, o sossego, a tranquilidade do povo da Guiné-Bissau. Qualquer elemento do Coletivo que for tocado, a mando de José Mário Vaz ou Botche Candé, eles sentirão a reação do povo guineense”, advertiu Nuno Gomes Nabiam.
Por sua vez, o presidente da União para a Mudança, Agnelo Augusto Regala disse que os incidentes do primeiro dia da marcha são da responsabilidade do Presidente da República, José Mário Vaz e do ministro de Interior, Botche Candé que violaram por completo a lei magna do país que dá a liberdade de manifestação a todos os cidadãos.
O político afirmou que o povo guineense não saiu à rua para massacrar alguém, mas sim para reclamar e exigir o seu direito, enquanto único soberano que dá o poder e que também pode-lhe retirar quando não consegue satisfazer os seus interesses.
Recorde-se que o Coletivo conta até agora com 18 formações políticas, nomeadamente: Partido da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Assembleia do Povo Unido – Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB), Partido da Convergência Democrática (PCD), União para Mudança (UM), Partido da Unidade Nacional (PUN), Partido de Solidariedade e Trabalho (PST), Manifesto do Povo (MP), Movimento Patriótico (MP), Partido da Nova Democracia (PND), Movimento Democrático Guineense (MDG), Aliança Socialista Guineense (ASG), Partido Democrático Socialista da Salvação Guineense (PDSSG), Partido da Renovação e Progresso (PRD), União Social Democrática (UDS), Partido Popular e Democrático (PPD), Partido Africano para Liberdade, Organização e Progresso (PALOP), Partido dos Trabalhadores (PT) e Partido Unido Social Democrata (PUSD).
Por: Assana Sambú/Aguinaldo Ampa
Foto: Marcelo Na Ritche
OdemocrataGB
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