Por eco.sapo.pt/
Várias empresas, fundos de investimentos e intermediários manifestaram interesse em adquirir a Guinetel, entre elas uma empresa portuguesa, segundo a Guiné-Telecom.
Presidente do Conselho de Administração (PCA) da Guiné-Telecom, João António Mendes, disse esta sexta-feira à Lusa que o Estado guineense decidiu vender 80% do capital da Guinetel, rede móvel nacional, tendo já lançado um concurso internacional.
Inicialmente, disse António Mendes, o Estado pretendia vender as ações da Guiné-Telecom (rede fixa) e da Guinetel, mas, com o passar do tempo, a estratégia foi alterada para a venda apenas da rede móvel, ficando o Estado com 20%, que disponibilizará a acionistas nacionais.
Em 2010, a PT decidiu sair do capital social das duas empresas guineenses, deixando o Estado com 100% do capital social, tanto da Guinte-Telecom como da Guinetel. De acordo com Mendes, a Portugal Telecom Investimentos Internacionais representou os interesses da PT na Guinetel, onde detinha 60% do capital social, entre 2004 e 2010. Na mesma altura, a PT Comunicações SA representava os interesses da PT na Guiné-Telecom, tendo 49% do capital social.
A partir daquele momento, as duas empresas, agora detidas unicamente pelo Estado guineense, passaram a ser geridas por quadros locais e em 2014 deu-se o início da “falência técnica” de ambas, assinalou o PCA da Guiné-Telecom.
Num primeiro momento, explicou António Mendes, o Governo guineense elegeu como saída a venda das ações da Guiné-Telecom e da Guinetel, mas, com o aconselhamento de instituições internacionais, voltou atrás. “Nesta fase embrionária, o Estado vai conservar 20% que vão ser postos à disposição para que os atores nacionais, instituições ou particulares, neste caso privados individuais, possam entrar no capital da Guinetel como acionistas”, esclareceu.
Os pressupostos para um concurso público internacional para a seleção de uma futura empresa a ficar com os 80% da Guinetel já foram lançados e na primeira semana de agosto serão conhecidas as empresas que reúnem “as condições exigidas para participar no concurso”, assinalou o PCA da Guiné-Telecom.
Várias empresas, fundos de investimentos e intermediários manifestaram interesse em adquirir a Guinetel, disse António Mendes, assinalando que uma empresa portuguesa, de cujo nome disse não se recordar, adquiriu o dossiê de candidatura para a pré-seleção. O PCA da Guiné-Telecom não conseguiu precisar o número exato de utilizadores de telemóveis na Guiné-Bissau, mas disse ser acima de um milhão, não tendo, no entanto, dúvida sobre a necessidade de existência de uma terceira operadora para “acabar com a bipolarização”.
António Mendes sublinhou que “não constitui segredo para ninguém” que com uma terceira operadora, a partir da retoma da licença detida pela Guinetel, haverá melhoria de serviços da rede móvel na Guiné-Bissau e o abaixamento das tarifas atualmente praticadas. Com a saída da Portugal Telecom da Guiné-Bissau, a rede de telefones móveis e serviço de internet passaram a ser operadas pela francesa Orange e pela sul-africana MTN.