Por LUSA
As acusações da islandesa Thórdís Gylfadóttir foram feitas no Fórum de Doha, no Qatar, sobre a paz e a segurança global.
Em declarações à Efe, Thórdís Gylfadóttir afirmou que "qualquer ser humano normal compreende o quão profundamente errado é roubar as crianças dos outros, tirar-lhes a identidade e proibi-las de falar a sua própria língua", o que classificou como "crimes de guerra evidentes".
A responsável apontou diretamente para a Federação Russa por simplificar os processos de adoção e mudar os nomes das crianças deportadas, com o objetivo de integrá-las à força na sua sociedade e eliminar sua identidade e raízes ucranianas.
A diplomata islandesa revelou que o Conselho da Europa documentou casos em que "especialmente os rapazes mais jovens estão a ser treinados para ir para a frente de batalha e lutar contra os seus próprios compatriotas, as mesmas pessoas que estão a sacrificar as suas vidas para lutar pelo futuro dessas mesmas crianças".
Segundo Gylfadóttir, este processo "fundamentalmente errado" de russificação inclui a reeducação ideológica e a proibição da língua ucraniana, o que o Tribunal Penal Internacional (TPI) classificou como crimes de guerra, pelo que emitiu mandados de detenção contra o presidente russo, Vladimir Putin, e a comissária dos Direitos da Criança, Maria Lvova-Belova, com base em "dados e provas".
A denúncia de Gylfadóttir insere-se num padrão sistemático de deportações forçadas que afetou pelo menos 20.000 crianças ucranianas desde o início da invasão russa em fevereiro de 2022, de acordo com dados da ONU.
A Assembleia Geral da ONU aprovou esta semana uma resolução não vinculativa que exige à Rússia a devolução imediata destes menores e o fim de práticas como a "mudança de estatuto" das crianças, vistas por Kyiv como "troféus de guerra".
Gylfadóttir insistiu que, para uma "paz justa e equitativa", as crianças devem ser devolvidas às suas famílias e o direito internacional deve ser respeitado.
"Todos que queremos que o direito internacional seja respeitado devemos garantir que essa paz seja justa e, para que isso aconteça, este problema tem de ser resolvido", concluiu a enviada especial, salientando o compromisso do Conselho da Europa com os "valores fundamentais" da proteção infantil em tempos de guerra.
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