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Notícias ao Minuto 30/08/23
A foto do antigo presidente na prisão impulsionou-o ainda mais nas preferências dos eleitores do Partido Republicano, e mantém-se como o favorito a disputar a presidência contra Joe Biden em 2024.
A semana passada foi uma das mais conturbadas na campanha de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos, mas a detenção na Geórgia, a divulgação da sua 'mugshot' [foto tirada em contexto policial] e a falta ao debate entre candidatos conservadores tiveram o efeito paradoxal de tranquilizar os eleitores e de alargar a sua vantagem nas sondagens.
Segundo o mais recente estudo da empresa Morning Consult, realizado a nível nacional, a liderança do antigo presidente saltou de 53% para 62% na semana após ter sido detido por crimes relacionados com a tentativa de reverter os resultados das eleições de 2020 no estado da Geórgia. Para os inquiridos, Trump é de longe o candidato republicano com melhores hipóteses de recuperar a Casa Branca para os republicanos, considerando-o mais elegível que Joe Biden.
O seu principal rival, Ron DeSantis, continua a cair, depois de uma prestação que pouco entusiasmou os analistas e o eleitorado. A campanha do governador da Florida tem conhecido muitos tropeções e gaffes, um contraste dramático em relação à imagem que tinha em 2022 como o grande sucessor a Trump na liderança de um Partido Republicano cada vez mais populista, autoritário, nacionalista e reacionário.
Segundo o Morning Consult, DeSantis caiu de 15% para 13% nas preferências do voto.
Em terceiro lugar mantém-se o empresário multimilionário Vivek Ramaswamy, que tem aproveitado uma fortíssima presença nas redes sociais para ganhar votos junto da classe neoliberal norte-americana. Apesar de cair de 10% para 6% no estudo da Morning Consult, os eleitores conservadores apontaram que Ramaswamy foi o que melhor se saiu no debate do dia 23 de agosto, apesar de ter sido o candidato mais atacado e mais questionado por todo o painel.
Fora do pódio estão o antigo vice-presidente de Trump, Mike Pence (5%), a antiga embaixadora da ONU, Nikki Haley (3%), o antigo senador da Carolina do Sul, Tim Scott (1%), e o antigo governador da Nova Jérsia e maior crítico de Trump, Chris Christie (1%).
Fora do debate e da lista estão vários republicanos que deverão cair da corrida nos próximos meses, incluindo Perry Johnson, Asa Hutchinson, Larry Elder, Ryan Binkley, Doug Burgum e Will Hurd.
O autarca de Miami, Francis Suarez, anunciou que iria suspender a sua campanha, tornando-se no primeiro candidato a desistir.
Do lado dos democratas, Joe Biden já anunciou que se irá recandidatar à presidência e mantém-se como o indiscutível favorito à nomeação no seu partido. Os únicos candidatos a desafiar o atual presidente são a escritora de livros de autoajuda Marianne Williamson, e o magnata Robert F. Kennedy Jr., conhecido pelas suas teorias de conspiração.
O único candidato independente até agora confirmado é Cornel West, o importante professor universitário e ativista dos direitos afro-americanos, que vai procurar conquistar a nomeação pelo Partido Verde.