Por LUSA
Mais de metade dos casos, 11, foram de pessoas de minorias raciais e étnicas "executadas injustamente" e em 16, 76% do total, a vítima era branca, detalhou o relatório "Fatal flaws: Innocence, race and wrongful convictions' [Falhas fatais: inocência, raça e condenações erradas]", que alerta que "poderá haver outros" inocentes.
Entre estes, a ACLU menciona o exemplo de Carlos DeLuna, um latino que o Texas executou em 1989 por uma identificação errada, e que foi condenado por matar um funcionário de um posto de gasolina em Corpus Christi, sendo que o responsável na realidade era um homem chamado Carlos Hernández.
Também assinala a execução do afro-americano Leo Jones, em 1998 na Florida, onde um júri, composto apenas por pessoas brancas, o condenou, com base numa "confissão coagida", pelo assassinato de um polícia branco.
Além disso, a justiça exonerou pelo menos 200 pessoas sentenciadas à pena de morte que eram, na realidade, inocentes, das quais mais de metade, 108, eram de raça negra, uma vez que os afro-americanos têm sete vezes mais probabilidades de enfrentar uma pena equivocada.
Entre eles, destaca-se Glynn Simmons, que esteve 48 anos na prisão, mais do que qualquer outra pessoa condenada à morte de forma errada, e que foi libertado apenas em 2023, após ter sido condenado pelo assassinato de Carolyn Sue Rogers em Oklahoma.
O principal fator nas exonerações é a descoberta de testemunhos falsos, o que se aplica a 93,8% dos latinos e 70,7% dos afro-americanos, detalhou a investigação.
Outros fatores são má conduta de procuradores e polícias, testemunhas que identificam as pessoas erradas, peritos não confiáveis e júris que não são diversos.
"Cada condenação errada revela não apenas um fracasso individual, mas os padrões de uma injustiça sistemática enraizada na pena de morte. A pena de morte foi construída com base no racismo", declarou Megan Byrne, advogada sénior do Projeto de Pena Capital da ACLU.
O relatório é apresentado numa altura em que os Estados Unidos acumulam 43 execuções de presos em 2025, um aumento de 72% em relação ao ano anterior.
O crescimento da pena de morte tem sido impulsionado pela Florida, que acumula mais de um terço dos executados a nível nacional, com 16, mais do que qualquer outro estado, e em julho quebrou o seu recorde anual, com nove.
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