Por capitalnews.gw Abril 14, 2021
O administrador dos Serviços de Saúde para a região de Bafatá ter-se-á apoderado, no dia 30 de março último, de uma soma estimada em 100 milhões de Francos CFA, em vários centros de saúde daquela localidade, no leste do país, denunciou ao Capital News, fonte da instituição.
Contactado pelo Capital News, o acusado, Osvaldo Simão Fieré, disse estar a par das acusações, mas desculpou que não está em condições de avançar com detalhes sobre o assunto e a operação dos milhões que teria sido efetuada por ele.
E delegado Regional de Saúde de Bafatá, Arlindo Comando Sanhá, contactado por CNEWS, remeteu todos os esclarecimentos para Simão Fieré, enquanto administrador de saúde para a mesma região.
A fonte ouvida por Capital News explicou que tudo terá acontecido quando os responsáveis das Áreas Sanitárias (RAS) viram os seus poderes de assinaturas suspensos pelos responsáveis do Ministério da Saúde, alegando a necessidade de mudanças de titulares de contas, passado as assinaturas a serem feitas através da Direção Regional de Saúde e mais uma outra pessoa (não identificada), a nível da mesma instituição governamental.
Conforme fonte, o processo é contrário aos anteriores procedimentos, em que os RAS e o adjunto delegado de Saúde em Bafatá detinham os poderes de assinatura, para quaisquer movimentações das contas em causa.
“No meio de todo o processo de espera das aludidas mudanças, os RAS foram surpreendidos no início do mês de abril, das movimentações das suas contas”, relata a fonte.
O CNEWS apurou ainda que o fundo era proveniente da subvenção de crianças, de zero a cinco anos de idade, através da Emergência Medica Internacional (EMI), no valor de 250 mil Francas CFA, pago por cada menor atendido nos diferentes centros de saúde de Bafatá.
Ao todo foram nove centros de saúde, dos quais quatro não foram atingidos por iniciativa de remoção deste fundo, assunto sobre o qual a fonte do CNews admite ter sido do conhecimento do Administrador de Saúde para região de Bafatá, Osvaldo Simão Fieré, sem o conhecimento do delegado da Saúde para a mesma região, Arlindo Comando Sanhá.
Da lista das movimentações de dinheiro consultada pelo Capital News, o jornal constatou que: Do Centro de Saúde de Gã Mamudo foram levantados sete milhões de Francos CFA, de Xitole 10 milhões, de Cossé 10 milhões (restam ali três milhões de Francos CFA), no Centro de Saúde de Contubuel foram levandos três milhões de Francos FCA, Gã Turé quatro milhões de Francos CFA, Tanta-Cossé 13 milhões, Tendintó quatro milhões, Bambadinca 15 milhões e no hospital Central, em Bafatá, foram levantados 30 milhões, restando na conta desta instituição apenas quatro milhões de Francos CFA.
Os centros de saúde Cambadjú, Sarre Bacar, Gã Carneis e Gaba “conseguiram escapar” ainda dessas operações.
A situação deixou “atrapalhados” os Responsáveis das Áreas Sanitárias desses centros “vítimas de desvio de fundos”, pois o caso aconteceu numa altura em que se equaciona o fim da missão da EMI, na Guiné-Bissau.
O Capital News soube que a persistente intenção de uso deste dinheiro colocava sempre em conflito os responsáveis do Ministério da Saúde Pública e a Administração da EMI, cuja missão vigora no país desde 2014.
Por CNEWS
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