O Governo angolano ainda não foi notificado por Israel sobre a suspensão do programa de ajuda ao país lusófono, em represália pela posição assumida pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Israel reduziu as suas relações com os países que votaram a favor da resolução das Nações Unidas contra a colonização dos territórios palestinianos ocupados, entre os quais Angola.
Em declarações hoje à agência Lusa, o diretor para África, Médio Oriente e Organizações Regionais, Joaquim do Espírito Santo, lamentou a posição do Governo de Israel, mas manifestou disponibilidade do Governo angolano para continuar a dialogar sobre o assunto.
Na terça-feira, Joaquim do Espírito Santo recebeu o embaixador de Israel em Luanda, Raphael Singer, que manifestou ao Governo angolano o desagrado do seu país pela posição assumida pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre o problema israelo-palestiniano.
Segundo Joaquim do Espírito Santo, Angola entende a posição de Israel, exemplificando que o Governo angolano teve a mesma reação aquando do golpe de estado na Guiné-Bissau.
"Também suspendemos a nossa cooperação, é normal, mas nós só poderemos lamentar, não poderemos obrigar ou pedir favores", frisou, exprimindo esperança que "isso não venha a acontecer".
"Vamos continuar a dialogar, para que consigamos de facto ultrapassar esta situação", acrescentou.
Israel reduziu as suas relações com os países que votaram a favor da resolução das Nações Unidas contra a colonização dos territórios palestinianos ocupados.
Refutando informações de que as relações com estes países foram suspensas, o porta-voz do ministério israelita dos Negócios Estrangeiros, Emmanuel Nahshon, declarou que Israel "reduziu temporariamente" visitas e trabalhados com as embaixadas.
Como represália, Israel já chamou os seus embaixadores na Nova Zelândia e no Senegal e anulou o seu programa de ajuda nos países da África ocidental.
O executivo israelita também informou Angola do congelamento do seu programa de ajuda, segundo Nahshon.
Relativamente a esta medida, o diplomata angolano frisou que Angola ainda não foi notificada.
"Para nós tem que ser objeto de uma notificação, não temos nenhuma notificação até aqui, relativamente a esta questão da suspensão. Falaram no geral, mas são medidas que eles vão estudar caso a caso", disse.
NAOM
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