domingo, 21 de maio de 2023

CAMPANHA: ELEIÇÕES LEGISLATIVAS 2023 - MADEM-G15 EM GÂMBIA 2

Encontro do coordenador nacional do MADEM-G5, Braima Camará com a comunidade Guineense residente em Gâmbia.


Braima Camará, candidato a primeiro-ministro do MADEM-G15, esteve na Gâmbia com a comunidade guineense, a auscultar os problemas dos emigrantes. No entanto, apresentou as soluções que o partido que lidera considera no programa eleitoral, nomeadamente as taxas aduaneiras, que têm sido uma grande dificuldade dos emigrantes.

O coordenador teve oportunidade de partilhar um pouco do seu trajeto de vida, filho de pais humildes e trabalhadores, que hoje fizeram de Bá Quecuto quem ele é hoje. A mensagem que o líder deixa é que o foco e o trabalho foram os seus guias.
Com a promessa de regressar como primeiro-ministro, Braima Camará encerra o comício em euforia.

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Fotos: G15-COMUNICAÇÃO-JUADEM

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@Lassana Camara

O ministro da Saúde de Taiwan, Hsueh Jui-yuan, alertou hoje em Genebra que a exclusão do território da Organização Mundial da Saúde (OMS), uma ação secundária resultante da pressão da China, representa uma ameaça à saúde mundial.

© Lusa

POR LUSA    21/05/23 

 Excluir Taiwan da OMS "prejudica os esforços pela saúde de todos"

O ministro da Saúde de Taiwan, Hsueh Jui-yuan, alertou hoje em Genebra que a exclusão do território da Organização Mundial da Saúde (OMS), uma ação secundária resultante da pressão da China, representa uma ameaça à saúde mundial.

"Excluir Taiwan da OMS não só compromete o direito à saúde dos 23,5 milhões de cidadãos de Taiwan, mas também prejudica os esforços da OMS pela saúde de todos", disse o ministro durante um evento organizado no Swiss Press Club.

Hsueh falava hoje antes da abertura da Assembleia Mundial da Saúde, que todos os anos reúne representantes dos Estados membros e que será realizada, mais uma vez, sem a participação de Taiwan.

Taiwan perdeu o seu estatuto de observador na Assembleia Mundial da Saúde em 2016 sob pressão de Pequim, que considera a ilha parte da China.

Muitos apelos foram feitos na comunidade internacional para permitir que Taiwan participe na Assembleia como observador, especialmente porque a pandemia da covid-19 evidenciou a necessidade de cooperação global para controlar doenças infecciosas.

Hsueh apontou que a marginalização de Taiwan impede a partilha rápida e eficaz de informações, essenciais para prevenir doenças infecciosas emergentes ou fornecer uma resposta eficaz a uma próxima ameaça pandémica.

"Temo que Taiwan se torne o buraco da próxima pandemia", acrescentou o ministro, cujas declarações foram traduzidas. Teria "um impacto terrível para o mundo inteiro", alertou ainda.

Antes desta 76.ª Assembleia Mundial da Saúde, Washington alertou para as consequências negativas da exclusão de Taiwan.

"Embora ainda enfrentemos ameaças emergentes à saúde global, o afastamento de Taiwan da WHA76, o proeminente fórum global da saúde, prejudica a cooperação global inclusiva em saúde pública liderada pela OMS", disse a missão diplomática dos EUA, em Genebra, num 'tweet', no sábado.

Por sua vez, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, num 'tweet' transmitido nos últimos dias, reiterou sua oposição aos esforços para integrar Taiwan como observador na Assembleia Mundial da Saúde, dizendo que visam "de facto expandir o espaço internacional para ' independência de Taiwan'".

"Todas as tentativas de jogar a 'carta de Taiwan' para conter a China não levará a lugar nenhum", advertiu o ministério.

Taiwan foi expulso da OMS em 1972, um ano depois de perder seu assento na ONU para Pequim.

O estado insular foi autorizado a participar como observador nas reuniões anuais da OMS entre 2009 e 2016, quando as tensões com a China eram menores.

Mas Pequim aumentou a sua pressão sobre Taiwan desde que a presidente separatista Tsai Ing-wen chegou ao poder, recusando-se a considerar, como exigem os líderes chineses, que a ilha seja parte integrante da China comunista.


Leia Também: Taiwan reconhece contactos com os EUA para receber ajuda militar

ANTÓNIO GUTERRES: "É hora de reformar o Conselho de Segurança", o FMI e o Banco Mundial

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POR LUSA  21/05/23 

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, defendeu hoje a reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU), do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, para transformar as relações de poder entre os países.

"No quadro da economia e finanças globais, existe uma distorção injusta e sistemática a favor dos países ricos que, como é natural, tem gerado uma enorme frustração no mundo em vias de desenvolvimento", denunciou Guterres, na cimeira do G7 - sete das maiores economias do mundo, representando mais da metade da riqueza líquida do mundo - em Hiroxima, Japão.

Na sua intervenção, defendeu uma reforma do Conselho de Segurança da ONU e das duas grandes instituições internacionais resultantes do acordo de Bretton Woods em 1945, o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial, para transformar de vez as relações de poder, financeiras e morais que afundaram os países em desenvolvimento a golpes de endividamento.

O secretário-geral das Nações Unidas considerou que os planos de recuperação da pandemia de covid-19 são um exemplo claro da enorme diferença que separa estes dois tipos de países.

Os países do G7, em que a população total é de 772 milhões de pessoas, receberam 280.000 milhões de dólares (cerca de 260.000 milhões de euros) atribuídos pelo Fundo Monetário Internacional (FIM), enquanto todo o continente africano, onde vivem 1.300 milhões de pessoas, recebeu apenas 34.000 milhões de dólares (cerca de 31.000 milhões de euros).

Na perspetiva Guterres, esta diferença representa um fracasso moral "por muito que tenham seguido as regras a esse respeito", por isso entende que "há algo de fundamentalmente errado com os próprios regulamentos".

O secretário-geral da ONU declarou-se assim surpreendido com a resposta a uma crise económica que deixou 52 países do mundo à beira da falência e sem acesso a políticas de alívio da dívida.

Guterres considerou que toda esta situação decorre das relações de poder estabelecidas principalmente após a Segunda Guerra Mundial, através do sistema de Bretton Woods e do Conselho de Segurança da ONU, órgão executivo máximo da organização, sobrecarregado pelo veto que os cinco membros permanentes possam impor a qualquer decisão em debate.

"Muitas coisas mudaram desde 1945. A arquitetura financeira global está desatualizada, disfuncional e injusta. Os impactos económicos da pandemia e da invasão russa da Ucrânia mostraram que falhou em cumprir o seu papel essencial como rede de segurança global", lamentou Guterres.

Assim, "é hora de reformar o Conselho de Segurança e as instituições de Bretton Woods para redistribuir o poder de acordo com a realidade do mundo de hoje", defendeu.

Como solução de curto prazo, Guterres voltou a insistir na sua proposta de um Pacote Global de Estímulos ao Desenvolvimento Sustentado para aumentar os prazos de financiamento da dívida, para o qual é necessária a cooperação entre os bancos multilaterais de desenvolvimento.

Neste sentido, Guterres apelou à comunidade internacional para que siga o exemplo do Japão que, em abril deste ano, se comprometeu a duplicar a percentagem das reservas monetárias de direitos especiais de retirada do Fundo Monetário Internacional - um ativo de reserva internacional que complementa as reservas oficiais dos países membros - que serão realocadas em até 40% para os países mais pobres.

"Acho que tudo está muito claro [...]. Quando digo que há uma consciência crescente entre os países desenvolvidos de que eles não estão a fazer o suficiente para reformar instituições obsoletas ou, muito menos, aliviar as frustrações do Sul Global (a zona mundial que inclui a maioria dos países do hemisfério sul, incluindo toda a África e Sul da Ásia) com uma política eficaz de solidariedade.


CAMPANHA: ELEIÇÕES LEGISLATIVAS 2023 - MADEM-G15 EM GÂMBIA 02

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CAMPANHA: ELEIÇÕES LEGISLATIVAS 2023 - MADEM-G15 EM GÂMBIA


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CAMPANHA: ELEIÇÕES LEGISLATIVAS 2023 - MADEM-G15 EM ZIGUINCHOR - SENEGAL 2

Exército ucraniano diz controlar parte "insignificante" de Bakhmut

© Lusa

POR LUSA  21/05/23 

O comandante das forças terrestres ucranianas, Oleksandre Syrsky, admitiu hoje que as suas tropas apenas controlam uma parte "insignificante" de Bakhmut, da qual Moscovo reclamou a captura, mas assegurou que continuam a avançar pelos flancos.

"Apesar de controlarmos agora apenas uma parte insignificante de Bakhmut, a importância da sua defesa mantém-se. Isto dá-nos a oportunidade de entrar na cidade se a situação mudar, o que certamente acontecerá", afirmou numa publicação na rede social Telegram.

Reiterando que prossegue o "avanço pelos flancos nos arredores de Bakhmut" e que os militares se "aproximam da captura da cidade num cerco tático", o comandante acrescentou que Kiev mantém a defesa da cidade.

A Rússia reivindicou no sábado, ao meio-dia, ter capturado toda a cidade devastada de Bakhmut, palco de uma longa batalha da guerra que começou em fevereiro de 2022.

Em declarações à margem da cimeira do G7, no Japão, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que a cidade não havia sido ocupada pelas tropas russas.

A vice-ministra da Defesa, Ganna Maliar, afirmou que o recente avanço ucraniano no norte e no sul da cidade permitiu a Kiev "cercar parcialmente" Bakhmut.

Segundo a governante, as tropas ucranianas ainda controlam "algumas instalações industriais e infraestruturas" em Bakhmut, embora a sua situação seja "crítica".

O chefe do grupo paramilitar russo Wagner, Yevgeny Prigozhin, cujos homens estão na linha da frente em Bakhmut e que foi o primeiro a reivindicar a sua captura, garantiu hoje que a cidade tinha sido tomada "até ao último centímetro" dentro das suas "fronteiras legais".

"Não há um único soldado ucraniano em Bakhmut", disse.

A informação hoje divulgada pelo Ministério do Interior ucraniano anuncia a retirada de dez pessoas, incluindo um adolescente, de Bakhmut.

Ainda segundo o ministério, "a operação de salvamento foi difícil, decorrendo por entre minas e sob fogo dos ocupantes".

"Se o inferno existe, está em Bakhmut", declarou um dos habitantes retirados, citado pelo ministério ucraniano.


Leia Também: Zelensky nega conquista de Bakhmut e compara destruição à de Hiroshima


'Vice' morre no regresso à Rússia. Aterragem de emergência não o salvou ... O responsável chegava de uma viagem oficial a Cuba quando se sentiu mal.

© silupescu/ Twitter

Notícias ao Minuto   21/05/23 

O vice-ministro da Ciência e Educação e do Ensino Superior da Rússia, Petr Alexandrovich Kucherenko, morreu no sábado, de acordo com uma nota partilhada, este domingo, pela tutela.

Segundo a informação disponibilizada, o responsável, que morreu aos 46 anos, sentiu-se mal durante um voo após uma visita oficial em Cuba. 

Segundo a agência Tass, foi realizada uma aterragem de emergência no aeroporto de Mineralnye Vody, já na Rússia, e os médicos embarcaram no avião "de imediato para que manobras de reanimação fossem feitas". Os serviços de saúde explicam ainda que tentaram fazer de tudo, mas não foi possível salvar o responsável.

"Damos as nossas mais profundas condolências à família e amigos de Peter Alexandrovich", diz a nota oficial do ministério da Ciência e do Ensino Superior.

Deixa esposa e um filho, de acordo com as publicações internacionais.

A guerra da Rússia contra a Ucrânia mergulhou a Europa naquela que é considerada como a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Desconhece-se o número de baixas civis e militares no conflito, mas diversas fontes, incluindo as Nações Unidas, têm admitido que será muito elevado.


Leia Também: O novo pacote de ajuda militar dos Estados Unidos à Ucrânia inclui munições adicionais para o Sistema de Foguetes de Artilharia de Alta Mobilidade (Himars), anunciou hoje o Pentágono, o Departamento de Defesa norte-americano.

Kyiv anuncia cerco parcial de Bakhmut após anúncio russo de vitória

© Getty Images

POR LUSA  21/05/23 

A vice-ministra da Defesa ucraniana, Hanna Maliar, anunciou hoje o cerco parcial de Bakhmut pelas forças de Kiev, depois de a Rússia ter reivindicado a tomada total da cidade do leste da Ucrânia.

"O avanço das nossas tropas para os flancos nos subúrbios, que ainda está a decorrer, torna muito difícil a presença do inimigo em Bakhmut", disse Maliar na rede social Telegram, citada pela agência francesa AFP.

"As nossas tropas cercaram parcialmente a cidade, o que nos dá a oportunidade de destruir o inimigo. É por isso que o inimigo, na parte da cidade que controla, tem de se defender", acrescentou, segundo a agência ucraniana Ukrinform.

A conquista total de Bakhmut foi anunciada, no sábado, pelo chefe do grupo paramilitar russo Wagner, Yevgeny Prigojin.

A informação foi confirmada posteriormente pelo Ministério da Defesa da Rússia e saudada pelo Presidente Vladimir Putin.

Já hoje, o Ministério da Defesa da Rússia reafirmou, em comunicado citado pela agência oficial TASS, "a libertação da cidade de Artemovsk", usando o nome russo de Bakhmut.

Em Hiroshima, onde se deslocou para participar na cimeira das sete democracias mais industrializadas (G7), o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, respondeu de forma ambígua a uma pergunta sobre Bakhmut.

Inicialmente, a resposta de Zelensky foi interpretada como uma admissão da perda de Bakhmut, mas o seu porta-voz clarificou posteriormente que o líder ucraniano dissera que achava que a cidade ainda não estava sob controlo total dos russos.

"Para já, Bakhmut existe apenas nos nossos corações. Não há lá nada", acrescentou Zelensky, à saída de um encontro com o homólogo norte-americano, Joe Biden, na cidade do oeste do Japão.

Também o exército ucraniano, na avaliação operacional divulgada hoje, ainda não considera a cidade perdida.

"No eixo de Bakhmut, o inimigo continua as operações ofensivas e os combates pela cidade continuam", disse hoje o estado-maior ucraniano, citado pela agência espanhola Europa Press.

As informações sobre o curso da guerra divulgadas pelas duas partes não podem ser confirmadas de imediato de forma independente.

Situada a 55 quilómetros da capital da região de Donetsk, Bakhmut tinha cerca de 80 mil habitantes antes da guerra iniciada pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022.

Apesar de não ser considerada uma cidade estratégica, a batalha por Bakhmut assumiu uma importância simbólica para ucranianos e russos, que perderam um grande número de soldados em oito meses de combates.

A batalha por Bakhmut tem sido considerada como a mais longa e mais sangrenta da guerra da Rússia contra a Ucrânia, com uma balanço por determinar, à semelhança de todo o conflito.


Leia Também: Bakhmut, a batalha mais longa. Uma cronologia da guerra


Leia Também: O porta-voz do Presidente da Ucrânia negou hoje que Volodymyr Zelensky tenha confirmado a captura da cidade de Bakhmut pelas forças russas, após declarações ambíguas à margem da cimeira do G7 no Japão.

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O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, admitiu hoje, de forma ambígua, o controlo russo de Bakhmut, mas minimizou a importância estratégica da cidade, onde disse já nada existir.

© Getty Images

POR LUSA   21/05/23 

 Zelensky admite e desvaloriza perda de Bakhmut para as forças russas

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, admitiu hoje, de forma ambígua, o controlo russo de Bakhmut, mas minimizou a importância estratégica da cidade, onde disse já nada existir.

"Não me parece", respondeu Zelensky aos jornalistas em Hiroxima, Japão, ao ser questionado sobre se a cidade do leste da Ucrânia ainda estava nas mãos das forças ucranianas.

Em seguida, virando-se para o jornalista que tinha feito a pergunta, acrescentou: "o que tem de compreender é que não lá existe nada, todos os edifícios foram destruídos".

"Para já, Bakhmut existe apenas nos nossos corações. Não há nada. Bem, muitos soldados russos mortos, mas eles vieram por nossa causa", disse ainda, segundo o relato da agência espanhola EFE.

Zelensky viajou para Hiroxima para participar na cimeira do grupo das sete democracias mais desenvolvidas, o G7, e foi questionado sobre Bakhmut à saída de uma reunião bilateral com o homólogo norte-americano, Joe Biden.

O chefe do grupo paramilitar russo Wagner, Yevgeny Prigojin, anunciou, no sábado, a conquista total da cidade de Bakhmut.

A informação foi confirmada posteriormente pelo Ministério da Defesa da Rússia e saudada pelo Presidente Vladimir Putin.

Os mercenários do grupo Wagner lideraram as forças russas na batalha por Bakhmut, a mais longa e sangrenta desde a invasão da Ucrânia, em 22 de fevereiro de 2022.

Zelensky agradeceu aos soldados que lutaram contra as tropas russas durante oito meses em Bakhmut.

"Os nossos defensores em Bakhmut fizeram um bom trabalho e, naturalmente, apreciamos o excelente trabalho que realizaram", afirmou.

No início do encontro com Biden, Zelensky disse que a Ucrânia "tem uma posição forte no campo de batalha" e que se mantém a expectativa de que lance em breve uma contraofensiva para retomar as regiões ocupadas pelos russos.

Apesar de ser considerada uma cidade sem valor estratégico, a batalha por Bakhmut assumiu uma importância simbólica para ambos os lados, que perderam um grande número de soldados em oito meses de combates.

Desconhece-se o número de baixas civis e militares na batalha pelo controlo de Bakhmut, bem como nos 15 meses de guerra na Ucrânia.

Situada a 55 quilómetros da capital da região de Donetsk, a cidade de Bakhmut tinha cerca de 80 mil habitantes antes da guerra.


Leia Também: Presença de Zelensky no G7 é "uma forma de construir a paz", diz Macron

TAIWAN: O Ministério da Defesa de Taiwan detetou esta manhã 24 aeronaves e cinco navios de guerra chineses à volta da ilha, um dia após o G7 ter apelado a uma "resolução pacífica" dos litígios com a China.

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POR LUSA   21/05/23 

 Taiwan deteta 24 aeronaves e cinco navios de guerra chineses

O Ministério da Defesa de Taiwan detetou esta manhã 24 aeronaves e cinco navios de guerra chineses à volta da ilha, um dia após o G7 ter apelado a uma "resolução pacífica" dos litígios com a China.

Num comunicado divulgado na rede social Twitter, o ministério disse que 12 dos 24 aviões militares atravessaram, no sudoeste de Taiwan, a linha mediana que separa a ilha da China continental.

O ministério disse que as Forças Armadas taiwanesas acompanharam a situação e responderam com o envio de aeronaves e barcos e com a ativação de sistemas de mísseis terrestres.

Os líderes do G7, bloco que junta Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, mais a União Europeia (UE), apelaram no sábado à China para uma "resolução pacífica" dos litígios com Taiwan, após uma cimeira em Hiroshima, no Japão.

Em resposta, o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês criticou os países do G7 por não mostrarem oposição clara ao movimento de independência taiwanês.

"O G7 diz que pretende avançar para um mundo pacífico, estável e próspero. Mas, na realidade, impede a paz mundial, prejudica a estabilidade regional e inibe o desenvolvimento de outros países", afirmou o ministério, segundo o qual "esta abordagem não tem qualquer credibilidade internacional".

Também no sábado, a Presidente taiwanesa, Tsai Ing-wen, tinha prometido manter a paz e a estabilidade no Estreito de Taiwan face às ameaças da China, e defendeu que "a guerra não é uma opção".

Num discurso em Taipé que assinalou sete anos de mandato, Tsai assegurou que Taiwan não adotará atitudes de provocação ou de agressividade em relação à China, mas também não cederá a pressões.

"A guerra não é uma opção e nenhuma das partes pode alterar unilateralmente o 'status quo' de forma não pacífica", disse Tsai.

Tsai afirmou que, desde que assumiu funções, Taiwan tem mostrado ao mundo determinação, mas sem ceder a provocações.

"Perante os ataques civis e as ameaças militares da China, o povo de Taiwan é calmo e não agressivo, racional e não provocador", afirmou.

Taiwan está a preparar-se para as próximas eleições presidenciais em janeiro de 2024.

Tsai, 66 anos, não pode candidatar-se por ter cumprido dois mandatos consecutivos e o vice-presidente, William Lai, será o candidato do Partido Democrático Progressista (PDP, no poder), que tradicionalmente defende a independência.

Lai, 63 anos, tem sido mais franco do que Tsai sobre as aspirações independentistas e afirmou, em janeiro, que considera Taiwan "um país soberano".

Terá como adversário o presidente do município de Nova Taipé, Hou Yu-ih, do partido da oposição Kuomintang, que favorece a aproximação a Pequim.

Hou disse recentemente que se opõe à independência de Taiwan, mas também ao modelo "um país, dois sistemas" utilizado pela China para recuperar Hong Kong e Macau.

Pequim propôs o mesmo modelo para Taiwan, mas a maioria dos taiwaneses rejeitou-o, especialmente depois da repressão chinesa das liberdades políticas em Hong Kong.


Leia Também: Taiwan rejeita guerra como "opção" para resolver relação com Pequim


CAMPANHA: ELEIÇÕES LEGISLATIVAS 2023 - MADEM-G15 EM ZIGUINCHOR-SENEGAL

 Movimento para Alternância Democrática - MADEM G15

O Centro Cultural em Zinguinchor foi hoje o palco de encontro entre o candidato a primeiro ministro do MADEM-G15, Braima Camará, e a comunidade guineense ali residente. Uma sala carregada de convicção e engajamento manifestou as suas preocupações e foram ouvidos, para que no futuro governo todas as preocupações sejam solucionadas.

Com a promessa de regressar no dia 5 de junho para juntos festejar a vitória, uma vez eleito, contando desde já com o voto massivo de Ziguinchor, o líder fez menção ao programa eleitoral do Movimento para Alternância Democrática G-15, que tem como eixos a melhoria da educação tanto em quantidade como em qualidade, os planos de saúde dignos para os estrangeiros e a fiscalização das taxas aduaneiras, entre outras questões levantadas, que já fazem parte das preocupações dos guineenses. Um governo que irá primar por resgatar a dignidade e qualidade de vida de cada cidadão, onde quer que esteja.

Com as cores do MADEM-G15, a euforia terminou esta grande festa da democracia, rumo à vitória final.

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Ucrânia: Putin felicita Exército e grupo Wagner pela conquista de Bakhmut

© Reuters

POR LUSA  20/05/23 

O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, felicitou hoje o Exército e o grupo paramilitar Wagner pela conquista da cidade de Bakhmut, leste da Ucrânia.

Putin também elogiou o apoio fornecido e a cobertura de flancos realizada pelas tropas das Forças Armadas russos aos grupos de assalto do Wagner, e anunciou condecorações para quem "sobressaiu", segundo o serviço de imprensa do Kremlin citado pela cadeia televisiva russa RBK.

Às primeiras horas de domingo (hora local), o ministério da Defesa russo indicou que o exército privado Wagner, com o apoio de tropas russas, assumiu o controlo total da cidade.

O chefe do grupo Wagner, Yevgeny Prigojin, já tinha hoje reivindicado a conquista de Bakhmut pelas forças russas, uma declaração imediatamente desmentida pelo Exército ucraniano.

Na ocasião, as autoridades ucranianas referiram que o combate por Bakhmut prosseguia.

"A situação é crítica. Ao mesmo tempo, [...] os nossos defensores controlam algumas instalações industriais e infraestruturas na área, bem como no setor privado", disse a vice-ministra da Defesa ucraniana, Ganna Maliar, na rede social Telegram.

No entanto, e num comunicado divulgado na madrugada de domingo, as Forças Armadas russas anunciaram que Bakhmut está "totalmente libertada".

Os mercenários do Grupo Wagner têm estado envolvidos na batalha por Bakhmut, a mais longa e sangrenta desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022.

"A operação de tomada de Bakhmut durou 224 dias [...]. Aqui, só havia Wagner", disse Prigojin, que está em conflito aberto com a hierarquia militar russa.

Prigojin anunciou também que os seus homens vão entregar o controlo de Bakhmut ao exército russo na próxima quinta-feira.

"No dia 25 de maio, vamos vasculhar completamente a cidade, criar posições defensivas e entregá-la aos militares. Pela nossa parte, regressaremos às bases", acrescentou o empresário próximo do Presidente russo, Vladimir Putin.

Ambos os lados sofreram pesadas baixas na batalha de Bakhmut, cuja importância estratégica é contestada.

A Ucrânia afirmou, esta semana, ter recuperado mais de 20 quilómetros quadrados às forças russas a norte e a sul da cidade.

Ao mesmo tempo, reconheceu um avanço dos combatentes do Grupo Wagner na própria cidade, onde apenas restava uma pequena bolsa de resistência ucraniana a oeste.

Os flancos onde os ucranianos dizem ter avançado perto de Bakhmut são ocupados por tropas regulares do exército russo.

Prigojin tem acusado as tropas russas de fugirem das posições na batalha de Bakhmut e o Estado-Maior em Moscovo de não fornecer munições suficientes aos mercenários do Grupo Wagner.

Se confirmada, a captura de Bakhmut daria a Moscovo uma vitória após vários reveses humilhantes.

As informações sobre o curso da guerra divulgadas pelas duas partes não podem ser verificadas de imediato de forma independente.

A guerra da Rússia contra a Ucrânia mergulhou a Europa naquela que é considerada como a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Desconhece-se o número de baixas civis e militares no conflito, mas diversas fontes, incluindo as Nações Unidas, têm admitido que será muito elevado.


Leia Também: Moscovo diz que grupo Wagner e tropas russas controlam totalmente Bakhmut

Líder de APU-PDGB: “HAVERÁ NOVA GERINGONÇA NA GUINÉ-BISSAU PARA FORMAR GOVERNO”

 O DEMOCRATA  20/05/2023 

[Campanha eleitoral] O líder de Assembleia do Povo Unido – Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB), Nuno Gomes Nabian, afirmou que nenhum partido ganhará as eleições legislativas de junho com maioria absoluta, por isso haverá nova “geringonça” para formar governo. 

Nabian, que também exerce a função de chefe do governo, fez estas afirmações no comício popular realizado na tarde deste sábado, 20 de maio de 2023, no círculo eleitoral 25, concretamente no bairro “Lala Quema” para apoiar a cabeça de lista dos apuanos naquele círculo, Juelma Cubala

Reconheceu que as eleições vão ser muito renhidas, que nenhuma formação política vencerá com maioria absoluta, tendo frisado que se o seu partido estiver a frente ou merecer a confiança dos guineense para dirigir o país, vai reunir todos os partidos para dialogar e tentar formar uma coligação para formar um governo. 

Acrescentou que se não ganharem as eleições, estarão abertos para negociar com o partido vencedor.

Sobre a situação da campanha de cajú, o chefe de governo explicou que o seu executivo está a trabalhar para encontrar uma solução.

“Temos que passar a mensagem clara sobre a situação da campanha de cajú à nossa população. A situação é conjuntural e como sabem, o mundo não está bem. O governo fez esforços e baixou as taxas como forma de encontrar uma solução para a presente campanha e permitir que os empresários comprem a castanha”, disse.

Revelou que o governo reuniu com os bancos no sentido abrir uma linha de crédito aos empresários a fim de poderem comprar a castanha de cajú, contudo declarou que a situação é conjuntural e que o governo está a fazer tudo para encontrar uma solução.

Nabian disse que o seu partido não está apegado ao poder e que está aberto para trabalhar com outras formações políticas. 

Alertou, neste particular, que é necessário que o governo esteja disponível para coabitar com o Presidente da República, realçando que a APU-PDGB mostrou o exemplo de coabitação com o Presidente da República durante estes três anos. 

Questionado sobre a situação de segurança, respondeu que o executivo que lidera investiu muito dinheiro a nível dos setores da defesa e segurança com o intuito de criar as condições para garantir a segurança aos guineenses.

Por: Assana Sambú

Foto: Marcelo Na Ritche

sábado, 20 de maio de 2023

Presença de Zelensky na cimeira do G7 "pode ser um virar do jogo"

© Lusa

POR LUSA  20/05/23 

A presença de Volodymyr Zelensky na cimeira do G7 "pode ser um virar do jogo" para a Ucrânia, disse hoje o Presidente francês, Emmanuel Macron, à entrada de uma reunião bilateral com o homólogo ucraniano em Hiroxima, Japão.

"Esta é uma oportunidade única" para Zelensky discutir com os seus aliados do G7 (grupo dos sete países mais industrializados do mundo), mas também para defender a causa da Ucrânia contra a invasão russa junto dos vários líderes dos países do Sul convidados para a cimeira, sublinhou Macron, dirigindo-se em inglês ao seu homólogo ucraniano.

"Acho que pode ser um virar do jogo", acrescentou, assegurando ao Presidente ucraniano que a França ficará ao lado de Kiev "até ao fim". Volodymyr Zelensky agradeceu o apoio.

Desde que chegou, esta tarde, a Hiroxima, Zelensky manteve encontros bilaterais com responsáveis do G7 e também já estabeleceu contactos com o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, que lhe garantiu que a Índia fará "todo o possível" para resolver o conflito na Ucrânia.

Segundo a Presidência francesa, o Presidente brasileiro Lula da Silva também pretende encontrar-se com Zelensky durante a cimeira: "Ele tem demonstrado grande disponibilidade para o diálogo", referiu.

Os membros do G7 (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido), mais a União Europeia, estão desde sexta-feira reunidos numa cimeira na cidade japonesa de Hiroxima.

Os líderes apelaram já à China para pressionar a Rússia a parar a guerra contra a Ucrânia, ao mesmo tempo que afirmaram querer relações "construtivas e estáveis" com Pequim.

"Apelamos à China para que exerça pressão sobre a Rússia para que cesse a sua agressão militar e retire as suas tropas da Ucrânia de forma imediata, total e incondicional", afirmaram num comunicado citado pela agência francesa AFP.

Pequim continua a ser um aliado próximo de Moscovo e nunca condenou a invasão russa, mas enviou um diplomata à Europa, esta semana, para tentar mediar uma solução para o conflito.

A guerra da Rússia contra a Ucrânia mergulhou a Europa naquela que é considerada como a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Desconhece-se o número de baixas civis e militares no conflito, mas diversas fontes, incluindo as Nações Unidas, têm admitido que será muito elevado.


Leia Também: China expressa "forte insatisfação" com países do G7

NO COMMENT!

 
R Kelly Queba Sané

De regresso a Bissau, o candidato a primeiro-ministro nas legislativas de 4 de junho do MADEM-G15, Braima Camará, finalizou o seu périplo pelo sul do país, onde teve um grande comício em Cacine, Cassacá, e um pequeno gesto de solidariedade para a escola local, com 150 sacos de cimento, painel solar, dinheiro para mão de obra e esteiras. O candidato a primeiro-ministro, depois de abordar as preocupações, ressaltou as soluções do seu programa eleitoral:

• A construção de escolas e centros profissionais técnicos.

• Hospital de referência e centros de saúde.

• A necessidade de máquinas para a transformação da nossa castanha de caju.

O líder explicou um pouco mais sobre a situação e o motivo das dificuldades na venda do caju, que passa por atrair empresários para comprarem todo o caju. No entanto, pede à população que venda o que puder, pois hoje em dia os nossos países vizinhos também já cultivam o caju, o que reduz a procura.

Por outro lado, apelou à paz, tolerância e ao voto massivo na dupla de Braima Camará e Umaro Sissoco Embaló, à frente da Guiné-Bissau, para o desenvolvimento e progresso.


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A China acusou hoje o G7 de semear a discórdia contra Pequim, depois de os líderes dos sete países mais industrializados terem criticado o uso da "coerção económica" como ferramenta política, numa referência ao gigante asiático.

© Lusa

POR LUSA   20/05/23 

 China acusa G7 de semear a discórdia contra Pequim

A China acusou hoje o G7 de semear a discórdia contra Pequim, depois de os líderes dos sete países mais industrializados terem criticado o uso da "coerção económica" como ferramenta política, numa referência ao gigante asiático.

"Alguns membros do G7 ignoram os princípios da economia de mercado e da concorrência leal, e reprimem injustificadamente as empresas chinesas", disse a embaixada da China em Londres num comunicado publicado na rede social chinesa WeChat.

"A China está fortemente insatisfeita e opõe-se firmemente a isso", disse a embaixada, citada pela agência espanhola EFE.

Reunidos entre sexta-feira e domingo na cidade japonesa de Hiroxima, os membros do G7 defenderam hoje a necessidade de reduzir a "dependência excessiva" da China e divulgou uma declaração sobre a questão de Taiwan.

Os líderes do bloco que junta Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, mais a União Europeia (UE), também criticaram o uso da "coerção económica" como arma política, numa alusão à China.

A embaixada chinesa acusou Washington de "generalizar o conceito de segurança nacional, abusar das medidas de controlo das exportações e adotar práticas discriminatórias e injustas contra empresas de outros países".

"A própria China é vítima da coerção económica dos Estados Unidos", disse a embaixada, referindo que Pequim "sempre se opôs firmemente à coerção económica de outros países".

"São os Estados Unidos que devem parar de reprimir e restringir outros países em nome da segurança nacional", afirmou.

A embaixada chinesa em Londres disse também que os Estados Unidos devem parar com a "intimidação unilateral indiscriminada".

Acusou ainda Washington de "perturbar a segurança e a estabilidade das cadeias industriais e de abastecimento globais".

A diplomacia chinesa apelou ao G7 para que "abandone a mentalidade da Guerra Fria" e "deixe de interferir nos assuntos internos de outros países", bem como de "criar confrontos e divisões na comunidade internacional".

"Como presidente rotativo do G7, o Japão deve responder e abordar as preocupações da comunidade internacional de uma forma responsável", criticou.

Pequim assegurou que "lutará resoluta e vigorosamente contra quaisquer palavras e ações que prejudiquem os interesses da China".

Sobre Taiwan, reafirmou que a ilha "é uma parte inalienável do território da China desde os tempos antigos" e a defesa do princípio de "uma só China" para Pequim desenvolver relações com outros países.

"O G7 ignora os factos e interfere seriamente nos assuntos internos da China em questões relacionadas com Taiwan, Hong Kong, Xinjiang e Tibete", disse a embaixada.

Acusou ainda os G7 de tentar "semear a discórdia para que vários países confrontem a China" e garantiu que Pequim "é um firme defensor" do direito marítimo internacional, numa referência às disputas no Mar do Sul da China.

"Sempre insistimos na resolução pacífica dos diferendos através de negociações e consultas com os países diretamente envolvidos, com base no respeito pelos factos históricos e em conformidade com o direito internacional", acrescentou.


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Radio Voz Do Povo 

Mariupol começou por ser a batalha das batalhas, mas depois veio Bakhmut

© Reuters

POR LUSA  20/05/23 

A conquista russa de Mariupol, no sul da Ucrânia, aconteceu há um ano, em 20 de maio, face a uma resistência ucraniana do Batalhão Azov, numa luta histórica apenas superada pela atual em Bakhmut, nenhuma delas sem final fechado.

Em 25 de fevereiro de 2022, Mariupol foi cercada por tropas da Rússia e milicianos de Donetsk, no âmbito da invasão russa do território ucraniano iniciada um dia antes perante os olhos da comunidade internacional.

Numa tentativa de ocupação total do país, incluindo Kyiv, além dos territórios alegadamente pró-russos no leste, a cidade do sul ucraniano fazia parte da estratégia no acesso de Moscovo ao Mar Negro, embora depois tenha falhado a capital da Ucrânia e outros territórios, mais abaixo, como Odessa ou Mykolaiv, apesar de ter tomado Kherson, alegadamente sob traição das forças locais.

Mariupol foi destruída após uma campanha de bombardeamentos e combates urbanos, sobretudo contra a fábrica siderúrgica Azvotal, onde se encontrava o Batalhão Azov, último bastião ucraniano, em condições prolongadas mas indefensáveis.

As forças de defesa que se mantinham na cidade entregaram as suas armas em 20 de maio de 2022, após longos dias de isolamento, sem munições, sem assistência médica, sem comida e uma total ausência de testemunhas internacionais.

"Viviam ali quase meio milhão de pessoas e agora, praticamente, não há casas intactas", disse o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, numa mensagem nas redes sociais, acompanhada por um vídeo no qual comparava imagens de satélite de 2021 e o cenário de destruição registado na cidade, onde os blocos de edifícios, anteriormente visíveis na paisagem de Mariupol, desapareceram desde meados de março do ano passado.

Oito meses depois de Mariupol ter caído, a Rússia procurou erradicar todos os vestígios de provas de crimes de guerra, como foi o caso dos acontecimentos ocorridos no famoso teatro da cidade, ponto de reunião de deslocados e atacado pelas forças de Moscovo.

As poucas escolas abertas ensinam agora o currículo russo, as redes de telefone e televisão são da Rússia, a moeda ucraniana está a desaparecer e Mariupol encontra-se no fuso horário de Moscovo, numa cidade sob o signo da morte.

Mais de 10 mil sepulturas marcam a herança pesada dos combates em Mariupol, segundo a agência Associated Press (AP), mas o número de mortos pode ser três vezes maior do que uma estimativa inicial de pelo menos 25 mil.

Cada uma das dezenas de residentes entrevistados pela AP conhecia alguém que morreu durante o cerco.

Lydya Erashova viu o seu filho de cinco anos, Artem, e a sua sobrinha de sete, Angelina, morrerem após um bombardeamento russo. A família enterrou à pressa os jovens, numa cova improvisada num quintal e fugiu da cidade.

A jornalista da estação pública britânica BBC Hilary Andersson, produtora do documentário "Mariupol -- a História das Pessoas" do Panorama BBC, defendeu em entrevista à agência Lusa que as atrocidades cometidas pelas forças russas em Mariupol "não têm paralelo na Europa desde a II Guerra Mundial".

Numa nova forma de captação de fontes jornalísticas, assentes em vídeos de habitantes em tempo real e identificação de sobreviventes nas redes sociais, o filme, divulgado um ano após o início da agressão russa na Ucrânia, foca-se em testemunhos de sobreviventes e imagens dos habitantes de Mariupol através dos seus telemóveis, que, entregues a si próprios e na impossibilidade de cobertura jornalística e ajuda de organizações neutrais, permitiram reconstituir (e dar a conhecer ao mundo) uma batalha fundamental da história desta guerra.

Em 19 de março deste ano, o Presidente russo fez uma visita surpresa de trabalho à cidade de Mariupol, naquela que foi a primeira viagem de Vladimir Putin ao Donbass (leste ucraniano) desde o início da guerra na Ucrânia.

O líder russo inspecionou alguns locais da cidade, conversou com residentes e andou de automóvel pelas ruas de Mariupol, acompanhado pelo vice-primeiro-ministro Marat Khusnulin, que o informou sobre o andamento das obras de construção e reconstrução.

"Tratou-se da construção de novas unidades habitacionais, centros sociais e educativos, infraestruturas e instituições médicas", disse então, num comunicado, o Kremlin.

Outro aspeto do duro legado desta cidade, e no âmbito da deportação de menores da Ucrânia, mais de mil crianças de Mariupol terão sido "ilegalmente dadas a estrangeiros em Tiumen, Irkutsk, Kemerovo e no distrito de Altaï", na Sibéria, segundo denunciou a diplomacia ucraniana, citando informações das autoridades de Krasnodar, cidade próxima da fronteira com a Ucrânia.

A luta de Azvotal tornou-se de tal forma simbólica que na data dos seis primeiros meses de guerra e aniversário da independência de Kiev, em 24 de agosto, as autoridades locais inverteram o tradicional desfile do seu poderio militar, totalmente destacado nas frentes de batalha, por veículos militares russos destruídos.

Como forma de combater a fadiga de guerra e elevar a motivação da população de Kyiv, as autoridades locais colocaram na rua Khreshchatyk, uma das principais da cidade, dezenas de blindados e viaturas militares russas destruídos pelo exército ucraniano, numa parada militar alternativa no dia da independência nacional.

Esta rua, que atravessa a praça que testemunhou a Revolução Laranja, em 2003 e 2004, e os protestos do Euromaidan, dez anos mais tarde, era um deserto quase completo após a invasão russa, com todo o comércio encerrado e quase sem vestígios de vida, quando Kiev era uma "cidade fortaleza".

Ao longo da extensa e monumental rua Khreshchatyk, foram exibidos grandes blindados e outros veículos militares, destruídos em várias regiões do país, e quase todos carbonizados, pairando um cheiro persistente de ferro queimado, na sombra da sede do município de Kiev, de arquitetura estalinista, onde um cartaz enorme exigia, em inglês, "Libertem os defensores de Mariupol".

Quando se pensava que Mariupol seria a batalha a lembrar em custos militares e civis, como não se via na Europa em décadas, surgiu Bakhmut, na província de Donetsk, no leste do país.

Discutível do ponto de vista estratégico, Bakhmut, com mais de 70 mil habitantes antes da guerra, tornou-se na mais longa e sangrenta batalha na Ucrânia desde agosto, lembrando imagens de guerras de trincheiras, como nas I e II Guerras Mundiais, praticamente ofuscando Mariupol como a luta mais longa e sangrenta deste conflito, da qual a Ucrânia nunca desistiu e, com equipamento moderno fornecido pelo Ocidente, retomou a iniciativa, invertendo uma posição quase insustentável.

Nos avanços e recuos desta guerra, a Ucrânia parece disponível para retomar a iniciativa, com apoio de equipamento moderno dos aliados ocidentais, numa contraofensiva que já terá começado em Bakhmut, e ameaça alargar-se na frente sul.

Após a reconquista de Kherson, no sul, a progressão ucraniana pode seguir para Melitopol e Mariupol, cortando o acesso de Moscovo ao Mar Negro e a seguir à Crimeia.

Apesar destes objetivos, a Ucrânia insiste que ainda não tem os meios necessários para uma contraofensiva decisiva, ao mesmo tempo que o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, pede "coragem política" aos países aliados para aumentarem os seus orçamentos na Defesa e mais apoio a Kyiv.


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