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Por LUSA 11/09/22
O Presidente da França, Emmanuel Macron, disse ao seu homólogo russo que "a invasão da Ucrânia é a causa dos riscos" na maior central nuclear europeia, em Zaporíjia (Zaporizhzhya), e pediu a retirada de todas as armas.
De acordo com um comunicado da Presidência francesa, difundido no seguimento de uma conversa telefónica entre os dois líderes, Macron vai "permanecer em contacto" com o chefe de Estado da Ucrânia e com o diretor-geral da Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA), Rafael Grossi, e vai falar novamente com Vladimir Putin "nos próximos dias, para que se possa encontrar um acordo que garanta a segurança da central".
O comunicado surge depois de o Kremlin ter dito que Putin avisou Macron sobre as "consequências catastróficas dos frequentes ataques ucranianos" à central nuclear, que é controlada pelas forças russas.
No telefonema, Emmanuel Macron também "condenou a continuação das operações militares russas na Ucrânia e reiterou a sua exigência de que elas cessem o mais rapidamente possível, que as negociações comecem e que a soberania e a integridade territorial da Ucrânia seja restaurada", segundo o Eliseu, citado pela agência de notícias France-Presse (AFP).
Também hoje, a operadora nuclear ucraniana revelou que foi desligado o último dos seis reatores de Zaporijia, após ter sido restabelecido o fornecimento de eletricidade a Enerhodar, cidade onde está localizada a maior central nuclear da Europa.
A Energoatom adiantou que uma das linhas que ligava a central à rede nacional ucraniana de eletricidade foi restaurada na noite de sábado, permitindo à empresa encerrar o último reator.
A última linha de energia tinha sido cortada na segunda-feira, deixando a central sem qualquer tipo de fonte de energia exterior.
Zaporijia era até ao momento alimentada pelo único dos seis reatores que se mantinha operacional, fornecendo energia apenas aos seus sistemas de segurança, o que a deixava ainda mais vulnerável.
Localizada a Sul da Ucrânia e controlada pelas forças russas, a central de Zaporijia foi bombardeada várias vezes nas últimas semanas.
Moscovo e Kiev culpam-se mutuamente por esses ataques.
A ofensiva militar lançada em 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de quase 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e quase sete milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções em todos os setores, da banca à energia e ao desporto.
A ONU apresentou como confirmados 5.587 civis mortos e 7.890 feridos, sublinhando que os números reais são muito superiores e só serão conhecidos no final do conflito.