quarta-feira, 24 de setembro de 2025

Guiné-Bissau deixou de ser só notícia por maus motivos, diz Presidente... O Presidente da República da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, disse hoje que o país ganhou uma nova visibilidade internacional e deixou de ser só notícia por maus motivos.

Por LUSA 

Num discurso à nação, gravado, para assinalar o Dia da Independência, o chefe de Estado falou de um país antes de 2020 e depois de ter sido eleito Presidente da República.

"O que era a Guiné-Bissau, no mundo, até o ano de 2020? A resposta é muito simples. Até 2020 a Guiné-Bissau ainda era considerada um país em crise política permanente, que só era notícia por maus motivos. Um país sem rumo", observou.

Romper com este legado passou por "reposicionar a Guiné-Bissau no contexto internacional", na ótica do chefe de Estado, que entende que "cinco anos depois, o balanço não deixa nenhumas dúvidas".

"Vencemos essa aposta. A nossa presença internacional é hoje, mais do nunca, reconhecida e valorizada", disse, enumerando "sucessos diplomáticos" que levaram o país à presidência da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), da Aliança dos Líderes Africanos Contra a Málaria (ALMA), da OMVG, a organização para a Valorização do Rio Gâmbia.

Este projeto mudou o panorama energético do país, que deixou de depender de um barco para ter eletricidade.

"Com a instalação do novo sistema elétrico nacional e a consequente eletrificação do país, é toda a vida económica, social e cultural nas cidades e nas comunidades periféricas, que vai beneficiar dos efeitos de poder aceder à eletricidade permanente e mais barata", concretizou.

O Presidente da Guiné-Bissau falou ainda da construção de estradas pelas regiões, com a promessa de que "vai continuar", e da melhoria do transporte marítimo, nomeadamente com o navio "Centenário de Amílcar Cabral" oferecido por Portugal.

Lembrou ainda que "estão a terminar as obras de renovação do Aeroporto" e que "um novo grande hospital está em construção no espaço, outrora, do antigo Hospital Militar", entre outros projetos.

Sissoco Embaló referiu-se à "falência dos sucessivos governos centrais das últimas décadas" para com o poder local na Guiné-Bissau, considerando que "a falta de um poder local legitimado por eleições diretas" levou à degradação das cidades do país.

O Presidente deu o exemplo da capital, Bissau, que "com as obras de requalificação da cidade, voltou a constituir um motivo de orgulho para todos os guineenses".

Outras duas importantes cidades do interior, Bafatá e Gabú, beneficiaram de obras de requalificação urbana e o chefe de Estado garante que "é um processo que não vai parar".

Neste 24 de setembro em que se completam 52 anos da independência da Guiné-Bissau, o Presidente da República falou aos "guineenses - homens, mulheres e jovens -, residentes no país", mas também "aos que vivem e trabalham no estrangeiro" e que constituem a diáspora guineense espalhada pelo mundo.

"A todos vós, vai o abraço do Presidente da República. Um abraço de solidariedade, inspirado por sentimentos enraizados numa pertença comum, nos valores que juntos comungamos e que fazem de nós um só povo, uma nação", declarou.

No final do discurso, Sissoco Embaló lembrou que 2025 é um ano eleitoral, com eleições gerais, presidenciais e legislativas, marcadas para 23 de novembro e nas quais se recandidata à presidência da República.

O desfecho destas duas eleições vai ser, para o Presidente, "determinante para continuar, alargar e intensificar toda uma dinâmica de sucesso, já desencadeada desde o ano de 2020".

"Vamos consolidar o nosso estado de direito democrático, vamos investir mais na saúde, na educação, na justiça, combater o crime organizado e a corrupção, vamos apostar na juventude, na realização do seu potencial, e promover mais a cultura e o desporto, vamos investir mais nas pessoas, na mulher, na juventude e nas crianças", assinalou.

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