Por CNN
Pela terceira vez numa semana o Governo nipónico apertou mais as regras para entrada no país. Ia proibir até os cidadãos japoneses de regressar… mas recuou horas depois.
Primeiro, foi a proibição de entrada para viajantes oriundos da África do Sul e outros nove países da região, incluindo Moçambique. Depois, foi a decisão de fechar o Japão a todos os visitantes estrangeiros, qualquer que fosse a origem do seu voo, permitindo a entrada apenas a cidadãos japoneses e a estrangeiros com autorização de residência. A partir desta quinta-feira, o Japão ia fechar-se ainda mais: as autoridades pediram às companhias aéreas que, até ao fim do ano, não aceitem reservas para o país.
Ou seja, mesmo sem ter decretado a proibição total de entrada de viajantes no Japão, seria essa a consequência da suspensão de reservas para os aeroportos japoneses. As duas principais companhias de aviação nipónicas - ANA e JAL - cumpriram de imediato o pedido das autoridades, o que significaria que até ao fim deste mês mesmo os cidadãos nipónicos seriam barrados de entrar no seu país. E o mesmo com os estrangeiros que têm autorização de residência. Qualquer que fosse o país de onde chegam.
Mas, já nesta quinta-feira de manhã, o governo recuou. Perante o avolumar de protestos, o primeiro-ministro, numa aparente desautorização ao ministro dos Transportes, alertou que era preciso ter em conta a situação dos japoneses que estão no estrangeiro e desejam regressar. E o encerramento total acabou por ser revertido.
“Dei instruções ao ministro dos Transportes para que tenha em consideração os cidadãos japoneses que querem regressar”, disse Fumio Kishida, assumindo que a decisão anunciada na véspera tinha criado “confusão” e apanhado muita gente de surpresa.
A orientação, agora, é que as companhias aéreas dêem resposta à procura por parte de cidadãos japoneses expatriados. Não claro, porém, se o limite de 3.500 entradas por dia (que tinha sido imposto a 29 de novembro) se mantém em vigor. Também está por esclarecer que os estrangeiros com autorização de residência no Japão poderão entrar no país.
Dois casos no Japão, ambos à chegada
O avanço e imediato recuo do governo nipónico mostra a incerteza - e precipitação - com que as autoridades por todo o mundo estão a tomar decisões perante a nova variante do SARS-Cov2.
Esta nova orientação significa a terceira alteração de política das autoridades japonesas em relação a viajantes internacionais em apenas uma semana (ou a quarta, se tivermos em conta que houve uma ontem e outra hoje).
O primeiro passo foi preventivo, visando apenas países da África austral; o segundo foi a reação ao alastrar da variante Ómicron; este acontece quando há notícia do segundo caso confirmado da nova variante no país do sol nascente.
Não foi ainda detetado nenhum caso de transmissão comunitária. Os dois casos de Ómicron reportados no Japão foram detetados durante o isolamento obrigatório num hotel de quarentena a que todos os viajantes estão sujeitos quando aterram no país.
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