Por Sumaila da Guiné
O Estado de Calamidade e seus contornos. Algumas questões:
- As ligações entre Bissau e o resto do país estão interditadas. Qual a solução do governo para a mitigação das dificuldades a enfrentar pela maioria da população do interior do país já que depende em muitos casos do comércio informal dessas rotas que se ligam a Bissau (exemplo de bidaras de tomate de Bula) e de remessas que vão de Bissau a diferentes localidades do interior?
- Os mercados encerram-se às 14h59 e não são abertos nos fins de semana. As contribuições e impostos aplicados aos operadores dos mercados e seus derivados (retalhistas) serão os mesmos que os que são pagos em situação normal? Qual a solução para as bideras de produtos especificamente vendidos entre as 13h às 15h30 (exemplo das que fazem almoço para os operadores da Fera di Bande)? É mandá-las simplesmente para casa e ponto?
- A Polícia de "Ordem Pública" está sensibilizada para o facto de serem autorizados os serviços de TAKE AWAY para bares e restaurantes? Esta excepção é aplicada a biberas de sandes/futi nos becos espalhados por todo o país? Por que não estender essa excepção para além das 18h?
- As viagens de membros do governo e PR serão restringidas ao absolutamente essencial e número dos seus acompanhantes limitados? Ou estes são imunes à Covid-19?
Sem contar que o decreto é ilegal e que chegamos à variante Delta, aumentamos número de infectados e mortes sobretudo porque quem governa foi quem mais desobedeceu as medidas impostas pelas entidades sanitárias, estamos mais uma vez perante restrições desproporcionais ao contexto da nossa sobrevivência e, consequentemente, agravamento das dificuldades em que uma população essencialmente dependente do comércio informal já se encontrava. Irresponsabilidade!
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