domingo, 7 de setembro de 2025

Guiné-Conacri: Suspensa página de notícias e banida estação de televisão... A Alta Autoridade para a Comunicação da Guiné-Conacri suspendeu um meio de notícias digital e baniu uma estação de televisão dum grupo privado, acusando-as de parcialidade na campanha para o referendo constitucional e atividade ilegal.

Por LUSA 

De acordo com um comunicado da entidade reguladora da comunicação social, divulgado na noite de sábado e citado pela agência de notícias AFP, a página de notícias guineematin.com foi suspensa "até novo aviso" por "não respeitar os princípios de igualdade, neutralidade e equilíbrio em assuntos atuais durante a campanha do referendo".

Já a televisão digital guineematintv foi banida por "atividade ilegal e não conforme".

O regulador não especificou os factos atribuídos aos dois órgãos que justificariam a decisão tomada.

O movimento de cidadãos Fórum das Forças Sociais da Guiné-Conacri denunciou as "medidas repressivas", num comunicado enviado hoje à AFP.

Já no dia 01 de setembro, a alta autoridade suspendera por três meses a página de notícias privada Guinee360.com, "por incompetência profissional e manipulação de informações".

A junta militar no poder é acusada de restringir a liberdade de imprensa, bloqueando ou suspendendo órgãos de comunicação e prendendo vários jornalistas. Um deles, Habib Marouane Camara, que administra a página Lerevelateur224, está desaparecido desde dezembro.

A Guiné-Conacri agendou para dia 21 deste mês um referendo à Constituição, convocado pelo general Mamadi Doumbouya para, segundo ele, abrir caminho ao retorno à ordem constitucional.

Porém, a oposição acusa o líder da junta militar no poder de querer usar o referendo para tomar o poder.

O general Doumbouya assumiu o poder em setembro de 2021 após derrubar o presidente civil eleito Alpha Condé, que estava no poder há mais de dez anos.

O projeto de Constituição submetido a referendo, tornado público no final de junho, não declara explicitamente se o general Doumbouya poderá ou não concorrer às próximas eleições presidenciais.

A adoção da nova Constituição poderá remover a barreira que consta da "carta de transição" estabelecida pela junta após o golpe de estado, que proíbe qualquer membro da junta, do governo ou das instituições de transição de concorrer às eleições.

Sem comentários:

Enviar um comentário