El expresidente de Costa de Marfil Laurent Gbagbo entra en la sala de audiencias de la CPI, el 15 de enero de 2019 en La Haya Peter Dejong ANP/AFP/Archivos
Texto por: Marco Martins RFI 17/06/2021
Laurent Gbagbo chega nesta quinta-feira 17 de Junho a Abidjan, a capital marfinense, isto após cerca de dez anos fora do país.
O antigo Presidente da Costa do Marfim, Laurent Gbagbo, regressa à Costa do Marfim nesta quinta-feira proveniente de Bruxelas, na Bélgica, onde estava a residir.
Um regresso com a autorização do actual Presidente, Alassane Ouattara, que também tinha indicado em Abril que os custos dessa viagem seriam assumidos pelo Estado da Costa do Marfim.
Dez anos depois, o regresso
Detido em Abril de 2011 em Abidjan, Laurent Gbagbo foi, num primeiro tempo, enviado para o norte do país, antes de ter sido transferido para o Tribunal Penal Internacional em Haia, na Holanda, que acabou por considerá-lo inocente.
O Tribunal Penal Internacional confirmou a 31 de abril de 2021 a absolvição pronunciada em Janeiro de 2019 de Laurent Gbagbo, Presidente da Costa do Marfim entre 2000 e 2010, e do ex-líder dos Jovens Patriotas, Charles Blé Goudé, considerados não culpados de crimes contra a humanidade e de crimes de guerra, perpetrados entre 2010 e 2011, durante a violência pós-eleitoral que assolou a Costa do Marfim e causou mais de 3 000 mortos, isto depois de Laurent Gbagbo recusar aceitar a vitória de Alassane Ouattara nas Presidenciais.
Esta decisão do TPI deve-se ao facto de os juízes terem considerado que as provas das acusações eram insuficientes.
Laurent Gbagbo sempre manifestou o desejo de regressar à Costa do Marfim. O regresso do antigo Presidente poderá representar o início de um processo de reconciliação nacional para consolidar a democracia da Costa do Marfim.
De notar que há algumas horas que o regresso de Laurent Gbagbo é festejado na Costa do Marfim pelos seus apoiantes.
Laurent Gbagbo, um ex-Presidente
Laurent Gbagbo vai beneficiar dos privilégios dos antigos presidentes da Costa do Marfim, confirmou o actual Presidente Alassane Ouattara.
Isto significa que poderá receber um salário de cerca de 26 mil euros por mês. Se houver uma retroactividade no pagamento desses privilégios, a indemnização dos últimos dez anos poderá atingir cerca de 3,2 milhões de euros.
Outras vantagens poderão vir juntar-se a isto tudo, como a possibilidade de ter empregados pagos pelo Estado.
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