O Presidente da República da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, pediu ontem, numa declaração feita por vídeo em francês à Organização das Nações Unidas (ONU), a continuação da assistência internacional para as reformas e desenvolvimento no país.
Umaro Sissoco Embaló falou em francês num vídeo transmitido ontem na Assembleia Geral da ONU, em Nova Iorque, agradecendo a ajuda e acompanhamento da comunidade internacional na resolução de conflitos e com um apelo para a continuação da observação e assistência internacional.
As declarações foram feitas no debate da Assembleia Geral, que este ano decorre principalmente de forma virtual, com a presença limitada de pessoas na sede da organização, devido à pandemia de covid-19.
“Com a aproximação do fim do mandato da Missão das Nações Unidas no país (UNIOGBIS) (…) a assistência contínua e inequívoca da comunidade internacional, através da articulação e coordenação com as autoridades do país, é essencial para podermos concluir as reformas necessárias e seguir o nosso caminho de desenvolvimento”, declarou Umaro Sissoco Embaló.
A missão das Nações Unidas na Guiné-Bissau, UNIOGBIS, que termina o mandato no final deste ano, está em processo de transferência de capacidades para o escritório da ONU no país e retirada completa até fevereiro.
O Presidente que tomou posse em 27 de fevereiro unilateralmente, numa altura sem consenso sobre os resultados das eleições, prometeu “virar a página da crise” na Guiné-Bissau, dando mais oportunidades às mulheres, aos jovens e às gerações futuras para “um futuro brilhante”.
“Gostaria de aproveitar esta nobre tribuna para reafirmar ao meu povo que sob a minha presidência, farei o meu melhor para virar esta triste página de crises e conflitos da nossa história e trabalhar de mãos dadas com todos os guineenses para a construção de uma nova Guiné-Bissau”, disse o Presidente, destacando o dia da independência nacional, que se celebra ontem.
“Nestes 46 anos da nossa história, o nosso país tem vivido momentos difíceis em busca do caminho da estabilidade e desenvolvimento sustentável para o bem-estar dos seus filhos”, disse Umaro Sissoco Embaló, expressando profunda gratidão ao secretário-geral da ONU, António Guterres, e aos parceiros internacionais.
O Presidente da Guiné-Bissau assumiu que o ano de 2020 trouxe muitos desafios principalmente para os países mais frágeis, “como a Guiné-Bissau, um país com extrema vulnerabilidade por ser um país africano emergente de conflitos, um dos países menos desenvolvidos e um pequeno estado insular em desenvolvimento, com enormes riscos resultantes das mudanças climáticas”.
O antigo primeiro-ministro (2016 a 2018) sublinhou também a importância da cooperação multilateral com a comunidade científica, na melhoria dos sistemas de saúde e também no desenvolvimento e distribuição equitativa de tratamentos e vacinas.
Por outro lado, Sissoco Embaló congratulou-se com a participação “notória” das mulheres em todas as áreas sociais: “as mulheres estiveram sempre lado a lado com os homens nas decisões políticas”, defendeu.
“As mulheres guineenses são os motores da mudança positiva. Elas são as melhores mediadoras de conflitos, promotoras de diálogo e pacificadoras”, disse Umaro Sissoco Embaló, defendendo um “papel prioritário” para as mulheres no multilateralismo.
O pedido de cooperação dos outros países na Guiné-Bissau estendeu-se também à juventude: “exortamos os nossos parceiros de desenvolvimento a continuarem a apoiar-nos com instrumentos como a educação qualificada e tecnologias para melhor empoderar os nossos jovens, ajudando-os desta forma não só a reduzir a taxa de desemprego no nosso país, mas também para garantir um futuro brilhante para a próxima geração”.
O Presidente guineense expressou-se a favor do fim das sanções e do embargo financeiro norte-americano à Cuba, fazendo grandes elogios ao país latino-americano pela sua solidariedade e combate às doenças.
Com/Lusa
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