O grupo de trabalho que analisou o tema vai apresentar esta quarta-feira na Assembleia da República as conclusões que incluem a proposta de nova ronda negocial com os países de Língua Portuguesa.
O grupo de trabalho conclui que o Acordo Ortográfico não é consensual e não cumpriu os objetivos
Sara Matos
O relatório de atividades do Grupo de Trabalho para Avaliação do Impacto da Aplicação do Acordo Ortográfico (AO) vai ser apreciado esta quarta-feira, às 14 horas, na Comissão de Cultura, da Assembleia da República. Em cima da mesa estão proposta de alteração ou mesmo a revogação do acordo, refere o jornal i.
O Acordo Ortográfico foi aprovado há 10 anos e foi implementado com carácter obrigatório há quatro, mas tem sido sempre alvo de discussão e pedidos para que seja alterado ou revogado. Em 2017, foi criado um grupo de trabalho para avaliar os argumentos de defensores e detratores do AO.
No documento a que o jornal i teve acesso, os deputados entendem que o AO não cumpriu o objetivo de unificar num vocábulo comum a Língua Portuguesa e, por isso, recomendam que haja uma nova ronda de negociações entre os Estados-membros da CPLP.
CDS, PSD, BE e PCP concordam que, pelo menos, sejam feitas alterações ao acordo. O PS é o único que parece não concordar com as mudanças. As alterações podem incluir as propostas da Academia de Ciência de Lisboa, que incluem repor os acentos, como em “pára”, as consoantes eliminadas em algumas palavras, como “espectador”, e os hífens, como em “fim-de-semana”. Na página do grupo é possível consultar os contributos dados para esta discussão.
Além das propostas do grupo de trabalho, a Iniciativa Legislativa de Cidadãos contra o Acordo Ortográfico entregou, em abril, na Assembleia da República, mais de 20.000 assinaturas. Esta iniciativa foi assim transformada num projeto de lei para revogação do Novo Acordo Ortográfico. Segundo o jornal i, é provável que este projeto de lei só seja votado na próxima legislatura.
observador.pt
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