Santos Silva apelou à calma: "Vamos aguardar, pedindo a máxima contenção a todas as partes "RODRIGO ANTUNES/LUSA
O Governo português defendeu esta terça-feira que a comunidade internacional espera esclarecimentos do Presidente guineense sobre a nomeação do novo executivo, após rejeitar os nomes propostos pelo primeiro-ministro indigitado no domingo, e apelou à “máxima contenção” das partes.
O ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, referiu que Lisboa viu “com surpresa” que o Presidente da República da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, não tenha dado posse ao governo proposto no domingo pelo primeiro-ministro, Aristides Gomes.
Questionado pelos jornalistas, Santos Silva comentou que “depois de algumas vicissitudes, o primeiro-ministro foi indigitado no passado domingo, e de acordo com as normas constitucionais, foi indigitado o nome proposto pelo partido que venceu as eleições” legislativas, realizadas a 10 de março na Guiné-Bissau, o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).
“O primeiro nome [Domingos Simões Pereira, líder do PAIGC] foi recusado, não nos compete a nós pronunciarmo-nos sobre essa decisão do Presidente, compete-nos apenas registar que foi indigitado um primeiro-ministro, que nesse mesmo dia apresentou o seu governo ao Presidente da Guiné-Bissau”, disse o ministro português, falando à margem da assinatura do Programa Estratégico de Cooperação 2018-2022 entre Portugal e Timor-Leste, com o seu homólogo timorense, Dionísio Babo Soares, em Lisboa.
“Pensávamos nós todos, pelo menos pensava Portugal, que o processo estava concluído, na devida forma, e estava concluído no último dia da sua conclusão normal, viste que o próprio Presidente da Guiné-Bissau terminou o seu mandato no dia 23 de junho”, afirmou, acrescentando: “Vimos depois com surpresa que o Governo não tinha sido empossado”.
O chefe da diplomacia portuguesa disse esperar que José Mário Vaz se pronuncie sobre os próximos passos.
“Esperamos que haja esclarecimentos sobre esse facto e que o Presidente da Guiné-Bissau possa dizer aos países seus amigos, à região a que a Guiné-Bissau pertence e à comunidade internacional como tenciona completar este processo, porque evidentemente todos sabemos que um primeiro-ministro nomeado mas incapaz de formar o seu governo não é um primeiro-ministro que esteja em condições de exercer plenamente as suas funções”, sublinhou.
Santos Silva apelou à calma: “Vamos aguardar, pedindo a máxima contenção a todas as partes”.
“Uma coisa é certa”, prosseguiu, “a população da Guiné-Bissau não merece a instabilidade institucional que o país vive há já tanto tempo”.
“Merece, ao contrário, que o Estado funcione, que as instituições funcionem e que a Guiné-Bissau possa aproveitar plenamente todas as intenções e propostas de cooperação que vem merecendo de vários países, incluindo da CPLP” (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa), referiu o governante português.
observador.pt
terça-feira, 25 de junho de 2019
Augusto Santos Silva referiu que Lisboa viu “com surpresa” que o PR da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, não tenha dado posse ao governo proposto no domingo pelo primeiro-ministro, Aristides Gomes
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