Bissau, 14 dez (Lusa) - A União Nacional dos Trabalhadores da Guiné (UNTG), central sindical da Guiné-Bissau, aponta para uma adesão superior a 90% à greve geral de dois dias hoje iniciada.
A percentagem deixa satisfeito o presidente da comissão negocial com o Governo, Júlio Mendonça, que diz que a paralisação está a ser sentida sobretudo nos serviços públicos, com as principais repartições encerradas, nomeadamente as dos ministérios da Justiça, Finanças e das Alfândegas, entre outros serviços.
As escolas públicas e algumas privadas também não funcionaram.
O sindicalista considera que a nível dos transportes públicos coletivos a greve teve impacto nas ligações de Bissau com o interior, mas não tanto ao nível da capital, onde se pode notar algum movimento de táxis e transportes interurbanos.
"Houve uma certa desinformação e muitos proprietários de transportes públicos não aderiram à greve, mas amanhã já vão aderir", frisou Júlio Mendonça, mandatado pela central sindical para liderar as negociações com o Governo com vista ao levantamento da paralisação.
A UNTG, que se mostra disponível a levantar a greve desde que o Governo cumpra com as reivindicações, centradas no aumento e pagamento de salários em atraso.
O protesto visa também exigir do Governo a reintegração de alguns funcionários de duas operadoras dos telemóveis expulsos das empresas por terem liderado greves nas suas instituições.
Questionado sobre o facto de a paralisação ter sido decretada no momento de alguma agitação política, com a substituição de governos, Júlio Mendonça disse que a agenda da UNTG não é ditada pelos desenvolvimentos políticos do país.
Para o sindicalista, o que se passa no cenário político guineense "são guerras entre os políticos para defesa de interesses de grupos" sem resolver os problemas dos trabalhadores.
A greve geral termina na quinta-feira, mas Júlio Mendonça admite uma nova paralisação caso não se alcance um entendimento com o Governo.
MB // VM
Lusa/Fim
Relacionado
Função Pública/ UNTG reivindica fixação de salário mínimo em 75 mil francos CFA
(ANG) - A União Nacional dos Trabalhadores da Guiné-Bissau (UNTG) iniciou esta terça-feira uma greve de dois dias reivindicando entre outras, a fixação do salário mínimo nacional em 75 mil francos CFA...Ler mais
Sem comentários:
Enviar um comentário