O Movimento dos Cidadãos Conscientes e Inconformados está “muito” decepcionado com a mediação da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) na crise política na Guiné-Bissau e pede a substituição da organização sub-regional pelas Nações Unidas.
Durante uma conferência de imprensa, esta quinta-feira (15/12), Sana Canté, presidente do movimento, disse que os cidadãos inconformados já enviaram, no dia 05 de Dezembro corrente, uma carta a CEDEAO manifestando a decepção da organização pela forma como a mediação está a ser dirigida e pedindo a sua retirada na mediação da crise porque “não consegue, infelizmente, resolver os problemas que a Guiné-Bissau atravessa”.
“Infelizmente a mediação da CEDEAO até a data presente não tem tido nenhum resultado e não podemos estar a dar luxo de constantemente a CEDEAO estar a defender os seus interesses”, adianta.
Segundo Cante este apelo já foi reafirmado pelo Conselho de Segurança da ONU porque a CEDEAO revelou “a sua incapacidade em ultrapassar esta crise” que perdura desde Agosto de 2015, da mesma forma que o presidente José Mário Vaz continua a revelar a sua “incapacidade” e continua a sustentar a crise criada por ele.
Ainda Sana Canté disse que agora vê-se que a CEDEAO não consegue resolver os problemas, apesar de várias assinaturas de acordo, porque “afinal também é parte do problema”.
“A CEDEAO está representada neste governo através do director nacional do BCEAO (que ocupa o cargo do ministro das finanças) e através do seu vice-director. Não compreendemos a que nível ou princípio a CEDEAO faz mediação”, lamenta Sana Cante que adianta ainda que devido ao fracasso e silêncio na violação dos direitos fundamentais dos Cidadãos em várias manifestações e denúncias promovidas pelo grupo de jovens inconformados a CEDEAO sempre remete ao silêncio.
O Movimento dos Cidadãos Conscientes e Inconformados promoveu várias marchas e vigílias exigindo o fim da crise política no país.
Em Novembro último o movimento dirigido por Sana Cante apresentou uma queixa junto ao tribunal da CEDEAO acusando o governo de violação dos direitos fundamentais por proibir manifestações pacíficas no país.
Por: Elisangila Raisa Silva dos Santos
Radiosolmansi
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