Joaquim Gonzalez Ducay
O embaixador da União Europeia em Bissau, Joaquim Gonzalez Ducay, considera que é possível fazer eleições este ano e diz que os 27 estão disponíveis para "contribuir substancialmente para o processo". Num discurso por ocasião do dia da Europa, marcado em Bissau por um jantar na delegação da EU, na quinta-feira, para o qual não foram convidados os elementos das actuais autoridades de transição, Gonzalez Ducay vincou que "a União Europeia entende que as eleições poderão acontecer ainda em 2013".
"Tecnicamente seria possível e financeiramente também. A União Europeia já manifestou a sua disponibilidade para contribuir substancialmente para o processo, outros parceiros já se manifestaram nesse sentido", indicou.
No entanto lamentou que a a vida recente do país tenha sido marcada pela discórdia e pela violência.
"Infelizmente, a história recente da Guiné-Bissau tem sido escrita com letras de desencontros, com letras de violência. O povo guineense já sofreu o suficiente, então para que as coisas mudem de vez é fundamental a coragem dos dirigentes. A concórdia não se constrói explorando linhas de clivagem ou atiçando as disputas", realçou Ducay no discurso, divulgado sexta-feira pela imprensa em Bissau.
Falando das expectativas dos "27" em relação ao futuro da Guiné-Bissau, o embaixador da União Europeia disse que há sinais positivos de algum entendimento.
"Nas últimas semanas temos assistido a uma evolução positiva ao nível do diálogo entre os partidos políticos.
Esperamos que no fundo desse diálogo venha a constituir-se muito brevemente um Governo inclusivo, junto com ele ser adoptado um roteiro, um calendário político com as acções a serem levados a cabo com vista a realização das eleições gerais até o final deste ano", defendeu Gonzalez Ducay.
Joaquim Gonzalez Ducay deixou no entanto um aviso: "Estas eleições, que esperamos plenamente livres e democráticas, deverão conduzir a um governo democraticamente eleito que possa assumir plenamente o papel que é seu no seio da família das Nações, trabalhando com vista à melhoria das condições de vida dos guineenses".
A União Europeia, disse ainda o embaixador Ducay, estará "plenamente disposta" a trabalhar com esse Governo legítimo e apoiar a reconstrução do país em plena colaboração com os demais parceiros internacionais.
Joaquim Gonzalez Ducay frisou que, mesmo com o congelamento das relações com a Guiné-Bissau desde o golpe de Estado de Abril de 2012, a União Europeia continuou a desenvolver acções em benefício directo da população guineense.
"Aliás, acções que nunca foram interrompidas", disse.
AP
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