segunda-feira, 15 de setembro de 2025

Lenta recuperação da camada de ozono mantém humanidade exposta a perigos... A associação ambientalista Zero alertou hoje para a lenta recuperação da camada de ozono, com a humanidade a continuar exposta a níveis elevados de radiação UV, com "impactos sérios na saúde, na agricultura e nos ecossistemas".

© Getty Images   Lusa   15/09/2025

"Apesar nos avanços" para diminuir os gases que o prejudicam, "o buraco de ozono continua preocupante" e este ano já atingiu cerca de 20 milhões de quilómetros quadrados, o dobro da área da Europa, refere a associação em comunicado. 

O documento foi divulgado na véspera do Dia Internacional para a Preservação da Camada de Ozono, que se assinala na terça-feira com o mote "Da Ciência à Ação Global", pretexto para a Zero salientar a urgência de transformar o conhecimento científico em ações concretas.

"A camada de ozono, sendo um escudo vital da Terra que filtra a radiação ultravioleta (UV) e protege os seres vivos, os ecossistemas e as culturas alimentares, exige que a evidência científica seja transformada em ação concreta, por meio de políticas públicas, práticas industriais e escolhas sociais que acelerem a transição para soluções mais sustentáveis e de baixo impacto climático", indica a associação.

Os progressos lentos, decorrentes nomeadamente do Protocolo de Montreal (um acordo mundial em vigor desde 1989 para proteger a camada de ozono eliminando a produção e uso de substâncias prejudiciais, os chamados CFC e HCFC), só devem levar à total recuperação da camada por volta de 2066, diz a Zero.

No comunicado, a associação reconhece os benefícios do Protocolo de Montreal mas diz que são precisas medidas adicionais.

Em Portugal, exemplificam os responsáveis da Zero, já existem fluidos de refrigeração naturais que evitam os CFC e HCFC (clorofluorcarboneto e hidroclorofluorocarboneto, gases refrigerantes que na atmosfera destroem a camada de ozono). Mas a falta de "uma estratégia clara compromete a adoção massiva destas soluções", apontam.

E acrescentam que o caminho para a preservação da camada de ozono e para a mitigação das alterações climáticas exige medidas concretas e urgentes, como apoios ao uso de fluidos de refrigeração naturais, travar o comércio ilegal de substancias nocivas ou melhorar a recolha dos resíduos de equipamentos de refrigeração, como os frigoríficos.

Em 1994, a Assembleia Geral das Nações Unidas proclamou o 16 de setembro como o Dia Internacional para a Preservação da Camada de Ozono, assinalando a data da assinatura, em 1987, do Protocolo de Montreal.

A 16 de setembro de 2009, a Convenção de Viena (sobre proteção da camada de ozono) e o Protocolo de Montreal tornaram-se os primeiros tratados na história das Nações Unidas a alcançar a ratificação universal.

O ozono ocorre naturalmente na estratosfera, o chamado ozono bom, e protege a vida na Terra da radiação UV do sol.

Mas na baixa atmosfera, a troposfera, é criado por reações químicas entre poluentes dos escapes dos automóveis, vapores de gasolina e outras emissões, e aí em concentrações elevadas é tóxico para pessoas e plantas. É o ozono mau.


UA reafirma importância da democracia para a paz e a estabilidade de África... O presidente da Comissão da União Africana (UA), Mahmoud Ali Youssouf, reafirmou hoje, Dia Internacional da Democracia, a importância fundamental deste regime, do estado de direito e da boa governação para a paz, estabilidade e desenvolvimento do continente.

© Lusa  15/09/2025

Segundo um comunicado publicado no site da UA, que tem sede em Adis Abeba, Etiópia, Youssouf recordou os quadros normativos adotados pelo bloco, em particular a Carta Africana sobre Democracia, Eleições e Governação, que continua a ser o instrumento de referência "que orienta os Estados-Membros nos seus esforços para consolidar instituições democráticas e promover a participação cidadã".

Neste dia simbólico, Youssouf frisou o compromisso inabalável da União Africana em apoiar os seus Estados-membros e os povos de África na realização da democracia.

Apesar da normativa da UA, alguns países membros registaram nos últimos anos um retrocesso da democracia, com a quebra da ordem constitucional como consequência de golpes de Estado perpetrados por militares.

Desde 2020, pelo menos cinco países da África Ocidental e Central sofreram golpes de Estado: Mali, Níger, Burkina Faso, Guiné-Conacri e Gabão.

Gabão é o único que voltou a ter um governo civil após a realização de eleições.


Chegada à Bissau Évariste Ndayishimye, Presidente da República do Burundi para visita de Estado, de três dias.

O Presidente da República do Senegal, Bassirou Diomaye Faye, recebeu esta manhã desta segunda-feira (15.09) em audiência o Primeiro-ministro da Guine-Bissau Braima Camara que expressou publicamente a sua profunda gratidão pela forma atenciosa como foi acolhido e tratado no Hospital Militar Principal de Dakar.


O Secretário Executivo Adjunto e Coordenador do Departamento de Educação Cívica e Formação do Eleitorado da CNE, Idriça Djaló, presidiu esta segunda-feira (15.09) a abertura da formação destinada aos formadores dos Animadores Cívicos Eleitorais. O ato contou com a participação do Movimento Nacional da Sociedade Civil.

Cerca de 50 civis mortos em ataques no Burkina Faso desde maio... Grupos extremistas mataram cerca de 50 civis em três ataques no norte do Burkina Faso desde maio, informou hoje a Human Rights Watch (HRW), pedindo ao regime militar que garanta melhor proteção à população.

©  Lassana Bary/Twitter   Lusa   15/09/2025

O Burkina Faso, governado há quase três anos por uma junta, é prejudicado pelos ataques mortais de grupos armados terroristas afiliados à Al-Qaida e ao Estado Islâmico. 

"O Grupo de Apoio ao Islão e aos Muçulmanos (GSIM), afiliado à Al-Qaida, atacou a cidade de Djibo, na região do Sahel, em 11 de maio, e a vila de Youba, na região norte, no dia 03 de agosto, matando pelo menos 40 civis", disse a HRW num comunicado.

"O Estado Islâmico do Sahel (EI) atacou um comboio civil que entregava ajuda humanitária à cidade sitiada de Gorom Gorom, na região do Sahel, em 28 de julho, matando pelo menos nove civis", acrescentou.

Os habitantes da aldeia de Youba explicaram à HRW que os extremistas quiseram "punir a comunidade local por não ter obedecido às instruções do GSIM de abandonar algumas colheitas" .

Numa resposta à HRW no dia 15 de agosto, o GSIM assegurou "nunca ter como alvo intencionalmente civis", mencionando "alegações infundadas", ou "no máximo, incidentes causados por balas perdidas", dos quais dizem não ter conhecimento.

A pesquisadora da HRW especialista no Sahel Ilaria Allegrozzi estima que "as autoridades devem garantir uma melhor proteção a todos os civis em perigo".

Ao assumir o poder no final de setembro de 2022, o chefe da junta, o capitão Ibrahim Traoré, prometeu restabelecer a segurança em poucos meses, mas os ataques - que visam soldados e civis - não diminuíram.

A HRW pede que as autoridades "investiguem os abusos, particularmente aqueles cometidos pelos militares e milícias aliadas, e processem judicialmente os responsáveis".

A ONG observa que "o Governo tem cada vez mais atacado civis durante operações" antiterroristas.

O exército buukinabé e os seus auxiliares civis, os Voluntários para a Defesa da Pátria (VDP), são regularmente acusados por ONG, incluindo a HRW, de cometer massacres de civis.

A organização Acled, que contabiliza as vítimas de conflitos no mundo, relata mais de 26 mil pessoas mortas em ataques terroristas - civis e militares - desde 2015 no Burkina Faso, sendo mais de metade nos últimos três anos.


Subida do mar e calor extremo ameaçam milhões de pessoas na Austrália... Milhões de australianos estarão em risco devido ao aumento do nível do mar nas próximas décadas, e as mortes por insolação poderão multiplicar-se, se o aquecimento global não for limitado, alertou um relatório publicado pelo Governo australiano.

© Lusa   15/09/2025 

A primeira Avaliação Nacional de Riscos Climáticos (NCRA, na sigla em inglês), publicada hoje pelo Governo australiano, descreve um futuro de impactos severos, desde ondas de calor extremas até inundações e secas, se a poluição climática proveniente do carvão, petróleo e gás não for drasticamente reduzida. 

Até 1,5 milhões de australianos estarão em risco devido à subida do nível do mar em 2050 e até 3 milhões em 2090, destaca o texto.

"As alterações climáticas irão alterar o nosso modo de vida. As mudanças na Austrália não ocorrerão de forma gradual ou linear", assinala o documento, que alerta para pontos de não-retorno capazes de provocar alterações abruptas.

O estudo modela três cenários: com aumentos de temperatura de 1,5ºC, 2ºC e 3ºC e conclui que, no pior dos casos, as mortes por calor extremo podem quintuplicar: até 440% mais em Sydney, 260% em Melbourne, 300% em Perth ou 420% em Darwin.

"O relatório deixa claro que todo o país tem muito em jogo. O custo de não agir sempre superará o de agir", afirmou o ministro para as Alterações Climáticas, Chris Bowen, na apresentação da avaliação, que acompanhou um plano de adaptação com medidas para proteger as comunidades mais vulneráveis.

O impacto económico também será enorme, com perdas de produtividade de até 423 mil milhões de dólares australianos (238 mil milhões de euros) até 2063, além de um gasto com desastres quase sete vezes maior em 2090 e uma queda no valor das propriedades de mais de 600 mil milhões de dólares (340,8 mil milhões de euros) em 2050.

O relatório alerta também para um aumento sem precedentes das ondas de calor marítimas, que poderão durar meio ano com um aquecimento de 3ºC, e para inundações costeiras, que duplicarão para 1,5 milhões as pessoas expostas em 2050 e para 3 milhões em 2090.

Todos os australianos estarão expostos a maiores riscos climáticos, com um aumento mais rápido e significativo em Queensland, Tasmânia, Nova Gales do Sul e Território da Capital Australiana.

A subida do nível do mar e o aumento de fenómenos extremos ameaçam inundar e danificar infraestruturas costeiras e comunidades em zonas baixas, incluindo grandes cidades e territórios externos, o que poderá deixar 597.000 pessoas diretamente em risco de inundações até 2030.

As comunidades remotas, já vulneráveis devido às comunicações limitadas e cadeias de abastecimento fracas, verão a situação agravar-se no futuro, com custos de transporte que poderão duplicar em algumas regiões de Queensland, Austrália Ocidental e Território do Norte.

A avaliação de riscos foi publicada na mesma semana em que o Governo do primeiro-ministro Antony Albanese divulgará a meta de redução de emissões para 2035, bem como as recomendações da Autoridade de Mudanças Climáticas, uma estratégia nacional para alcançar a neutralidade de carbono e roteiros específicos para seis setores-chave da economia.


Timor. Polícia afasta estudantes com gás lacrimogéneo junto a Parlamento... Uma manifestação de estudantes universitários de Timor-Leste foi hoje dispersa com gás lacrimogéneo pela polícia, depois de os estudantes começarem a atirar pedras contra o Parlamento.

© Lusa   15/09/2025

Os estudantes manifestavam-se contra as regalias dos deputados do Parlamento nacional, incluindo contra a aprovação da compra de novas viaturas, num valor superior a três milhões de dólares. 

O protesto ocorreu ao mesmo tempo que decorre no hemiciclo, a abertura da terceira sessão legislativa da sexta legislatura.

Presente no hemiciclo está o Presidente timorense, José Ramos Horta, bem como um grupo de eurodeputados que iniciou hoje uma visita ao país.

Os estudantes de várias universidades timorenses juntaram-se na Universidade Nacional Timor Lorosae, em frente ao parlamento nacional, às primeiras horas de manhã, em Dili, depois de a polícia timorense ter pedido para que o protesto fosse realizado em Tais Tolu, a cerca de seis quilómetros da capital timorense.

Os estudantes recusaram realizar o protesto nesse local.

"Não há solução. A manifestação vai continuar durante três dias", gritava um estudante, acrescentando que não vão desmobilizar, mesmo que atirem gás lacrimogéneo.

Depois de afastado da frente do Parlamento, o grupo de estudantes em protesto voltou a juntar-se em frente ao estabelecimento de ensino universitário, onde o protesto continua.


domingo, 14 de setembro de 2025

Pela primeira vez em mais de uma década, uma proposta do líder do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) foi chumbada pelo seu Comitê Central.

Por Radio Voz Do Povo

Comitê Central do PAIGC rejeita proposta do líder e confirma António Patrocínio Barbosa da Silva como Diretor Nacional de Campanha

Pela primeira vez em mais de uma década, uma proposta do líder do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) foi chumbada pelo seu Comitê Central.

Reunido no passado dia 13 de setembro, no Salão Nobre Amílcar Cabral, em Bissau, o órgão deliberativo do partido analisou a situação política interna face aos desafios eleitorais, incluindo a definição da estratégia para as Eleições Gerais de 23 de novembro próximo.

Entre os principais pontos da agenda esteve a escolha do Diretor Nacional de Campanha. A Direção Superior do PAIGC submeteu à apreciação do Comitê Central a proposta de nomear Geraldo Martins, vice-presidente e ex-primeiro-ministro, para o cargo.

A proposta, contudo, foi rejeitada pela maioria dos membros, com exceção da região de Biombo, que votou favoravelmente. Todas as outras regiões, bem como a Diáspora e o Setor Autónomo de Bissau (SAB), manifestaram-se contra a indicação.

Assim, o Comitê Central decidiu confirmar António Patrocínio Barbosa da Silva, atual Secretário Nacional do partido, como Diretor Nacional de Campanha para as Eleições Gerais de novembro.

Resultados da votação:

A favor de António Patrocínio Barbosa da Silva: Quinara, Tombali, Bafatá, Oio, Bolama, Gabú, Cacheu, Diáspora e SAB (09 votos).

A favor de Geraldo Martins, considerado candidatodo DSP obteve apenas 1 voto: Biombo (01 voto).

Com este resultado, António Patrocínio Barbosa da Silva continuará a liderar a estratégia eleitoral dos libertadores nas eleições de 2025, num desfecho que marca uma rara derrota política para a liderança do PAIGC.


O Presidente da República, regressou esta tarde à Guiné-Bissau, após cumprir uma importante agenda em Paris, França... Durante a visita, e a convite da Direcção da Polícia Internacional de Combate ao Crime, Interpol, o Chefe de Estado visitou a sede da organização e manteve um encontro de trabalho com o Presidente Ahmed Nasser Al-Raisi e o Secretário-Geral Valdecy Urquiza. A Guiné-Bissau é membro da Interpol desde 1992 e continua a desempenhar um papel fundamental no combate ao crime organizado em África.

Ainda em Paris, o Presidente da República, reuniu-se com a vibrante comunidade da Diáspora guineense em França, num momento simbólico e de grande significado. O encontro reforça os laços de pertença, união e compromisso entre a Nação e os seus filhos no exterior.

 Presidência da República da Guiné-Bissau

Simões Pereira regressa a Guiné-Bissau como candidato à presidência... O presidente do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Domingos Simões Pereira, anunciou hoje que vai regressar à Guiné-Bissau e que é candidato a candidato a Presidente da República.

© Lusa  noticiasaominuto.com 14/09/2025

Simões Pereira fez o anúncio, em Lisboa, em Portugal, num encontro com a diáspora guineense, e explicou depois, em declarações à Lusa, que regressará a Bissau "esta semana", referindo-se à semana que se inicia na segunda-feira, sem avançar ainda uma data concreta.

A decisão do regresso surge a pouco mais de dois meses das eleições gerais, presidenciais e legislativas, marcadas para 23 de novembro, e depois de nove meses consecutivos de ausência Do país.

Domingos Simões Pereira tem passado a maior parte dos últimos dois anos fora da Guiné-Bissau, depois de ter sido deposto do cargo de presidente da Assembleia Nacional Popular, imediatamente a seguir à dissolução do parlamento pelo presidente da república, Umaro Sissoco Embaló, em dezembro de 2023.

O líder do PAIGC e da coligação PAI-Terra Ranka afastada do poder com a dissolução do parlamento, disse que fez, neste período de ausência, um périplo por vários países africanos e europeus, que incluiu encontros com entidades como a ONU e a UE, para informar a comunidade parceira da Guiné-Bissau sobre o regime em vigor no país.

Simões Pereira disse à Lusa que "não estaria a ser sincero" se dissesse não temer pela própria segurança no regresso a Bissau, mas considerou ter um compromisso político com o povo guineense de se colocar ao serviço da nação.

O presidente do PAIGC adiantou que vai apresentar-se no sábado, 20 de setembro, ao comité central do partido como candidato a candidato a presidente da república.

Se esta disponibilidade for aceite, será também apresentada a proposta de candidatura à coligação PAI-Terra Ranka, com a qual venceu com maioria absoluta as legislativas de junho de 2023 e se tornou presidente da Assembleia Nacional Popular, entregando o cargo de primeiro-ministro a Geraldo Martins.

Sobre as legislativas de 23 de novembro, em simultâneo com as presidenciais, Simões Pereira disse à Lusa que vai apresentar aos órgãos do partido um nome, que se escusou a divulgar, para primeiro-ministro, no caso de vitória eleitoral.

Garantiu ainda que os partidos da coligação PAI-Terra Ranka continuam unidos, mantendo-se em aberto a possibilidade de concertação para as eleições com a coligação API Cabas Garandi, opositora do Presidente Umaro Sissoco Embaló, para quem Simões Pereira perdeu as presidenciais de 2019, depois de uma disputa judicial.

O líder do PAIGC considerou que será "falta de coragem" do atual chefe de Estado, que já anunciou a recandidatura, "se continuar a utilizar subterfúgios para que não haja" este confronto eleitoral.

"A nossa candidatura é no sentido de devolver a paz e tranquilidade", afirmou, considerando que os últimos cinco anos "têm sido catastróficos", com "repressões, agressões e ultimamente assassinatos".

A expulsão recente da comunicação social portuguesa é para Simões Pereira mais uma mostra do que considera "défice democrático" e que "se alinha com tudo que tem vindo a ser construído na Guiné-Bissau".

"Como esses órgãos têm alguma liberdade, não podem lá estar nas eleições", apontou.

Simões Pereira afirmou prometer aos guineenses uma postura que "contrasta com os últimos cinco anos de agressão ao povo e exploração dos recursos naturais".

O presidente da república, Umaro Sissoco Embaló, disse hoje que Domingos Simões Pereira pode regressar à Guiné-Bissau "sem nenhum problema", em declarações à comunicação social guineense, no regresso de uma viagem a Paris, em que foi condecorado pela Interpol, a organização internacional da polícia criminal, pela cooperação no combate à criminalidade.

Embaló disse que quer Simões Pereira nas eleições presidenciais para o derrotar novamente e acrescentou que quem perder deverá aceitar os resultados das urnas sem contestação.

No quadro das eleições agendadas para 23 de novembro, a Assembleia do Povo Unido - Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB) já aprovou, também, a candidatura do líder Nuno Gomes Nabiam a presidente da república.

Se Nuno Nabiam avançar será a terceira vez que se candidata à presidência da República da Guiné-Bissau, com a indicação do partido de poder negociar acordos de coligação eleitoral com outras forças partidárias.


Kyiv reivindica dois ataques contra rede ferroviária russa... Kyiv reivindicou hoje duas operações contra a rede ferroviária na Rússia, informou uma fonte militar ucraniana, em declarações à agência France-Presse (AFP).

© Presidência da Ucrânia   Lusa   14/09/2025

De acordo com a mesma fonte, que pediu anonimato, os serviços de inteligência GUR, em cooperação com unidades do exército, levou a cabo uma primeira ação no sábado na região russa de Oriol e uma segunda no domingo de manhã na região de Leninegrado. 

Segundo os serviços ucranianos, estas operações causaram pelo menos três mortos.

As declarações surgem após dois descarrilamentos registados na madrugada de domingo na região de Leninegrado (oeste da Rússia), que provocaram a morte de um maquinista e perturbaram significativamente o tráfego ferroviário, segundo o governador regional, Alexander Drozdenko.

"Na plataforma de divulgação Telegram, o governador da região, Alexandre Drozdenko, disse que as operações de resgate estão em curso depois do descarrilamento de uma locomotiva numa estação no distrito de Gatchina, na região de Leninegrado, no noroeste do país, onde se situa a cidade de São Petersburgo (a região manteve o nome anterior da cidade).

"O maquinista do comboio morreu. Ficou preso na cabine e morreu na ambulância, após ter sido retirado dos destroços", afirmou, citado pela agência France-Presse (AFP).

Numa mensagem anterior, o governador apontou que um comboio de mercadorias que transportava 15 vagões-cisterna vazios também descarrilou numa secção da via, mais a sul, sem causar vítimas.

"Os investigadores estão a estudar a hipótese de uma possível sabotagem", disse o governador.

A rede ferroviária russa tem sido várias vezes afetada por descarrilamentos, explosões e incêndios, que as autoridades atribuem a sabotagem ucraniana.


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A Rússia lançou um míssil balístico e 58 drones na última noite contra a Ucrânia, tendo as forças de defesa de Kyiv conseguido abater ou neutralizar 52, informou hoje a Força Aérea ucraniana em comunicado.


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O Estado-Maior das Forças Armadas da Ucrânia anunciou hoje que a Marinha ucraniana atacou o centro de comunicações na península da Crimeia, anexada pela Rússia, que garantia o controlo das unidades da Frota Russa do Mar Negro.



Pelo menos 14 soldados do Níger morreram na semana passada numa emboscada... Pelo menos 14 soldados do Níger foram mortos por homens armados na semana passada numa emboscada numa região crítica no país, administrado militarmente, disse hoje o ministro da Defesa num comunicado.

© Balima Boureima/Anadolu via Getty Images   Lusa   14/09/2025 

Este foi o mais recente de uma série de ataques de militantes, que estão em ascensão na nação da África Ocidental. 

O ataque ocorreu na região de Tillabéri na quarta-feira, afirma o comunicado, transmitido pela televisão estatal RTN no sábado à noite, precisando que se seguiu ao desdobramento de uma unidade militar nos arredores de Tillabéri, com base informações secretas sobre um roubo em andamento por uma gangue de homens armados em motocicletas.

"Esta tentativa de roubo acabou por ser um isco destinado a atrair a patrulha para uma emboscada," disse Salifou Mody, o ministro da Defesa.

Vários grupos de militantes que visam tanto civis como militares operam no Níger, incluindo uma afiliada do grupo do Estado Islâmico.

A região de Tillabéri faz fronteira com o Mali e o Burkina Faso --- dois outros países que enfrentam insurgências crescentes --- e têm sido um ponto crítico para ataques terroristas na última década.

O Governo militar do Níger assumiu o poder em 2023, depois de depor o Governo democraticamente eleito do país, prometendo conter a crescente disseminação de ataques.

No entanto, os dados mostram que os ataques aumentaram --- algo que também se aplica ao Mali e ao Burkina Faso, onde os militares também assumiram o poder em golpes.

De acordo com um relatório da Human Rights Watch no início deste mês, o Estado Islâmico intensificou os ataques contra civis desde março de 2025.

A Human Rights Watch, com sede em Nova Iorque, documentou pelo menos cinco ataques em Tillabéri, onde o grupo de militantes IS Sahel supostamente matou "mais de 127 aldeões e fiéis muçulmanos, e incendiou e saqueou dezenas de casas".


Papa Leão XIV: Papa celebra 70.º aniversário este domingo. Ontem, recebeu bolo 'de casa'... O Papa Leão XIV assinala 70 anos de vida, este domingo. Ainda assim, no sábado, foi presenteado com um bolo de aniversário diretamente vindo de Chicago, de onde é natural, pelas mãos do novo embaixador dos Estados Unidos no Vaticano.

© Getty Images   por Notícias ao Minuto  14/09/2025 

O Papa Leão XIV celebra 70 anos de vida, este domingo. Contudo, as celebrações anteciparam-se, tendo o novo embaixador dos Estados Unidos no Vaticano, Brian Burch, presenteado o pontífice com um bolo de aniversário diretamente vindo ‘de casa’, no sábado.

O responsável ofereceu a Sua Santidade um bolo de chocolate confecionado pela cadeia de restaurantes Portillo’s, conhecida pelos seus pratos à moda de Chicago, terra-natal de Leão XIV.

Mas há mais: o hospital onde Robert Francis Prevost nasceu, a 14 de setembro de 1955, inaugurará uma placa de bronze em sua honra, na segunda-feira. Na altura denominado Mercy Hospital, a instituição hospitalar é desde 2021 apelidada de Insight Hospital & Medical Center.

A placa “homenageia o Papa Leão XIV, bem como o espírito duradouro do Mercy Hospital e o seu legado de cura na zona sul de Chicago". "No Insight, temos orgulho em levar adiante essa missão”, disse o CEO da unidade, Atif Bawahab, citado pela FOX 32.

“É um privilégio para nós homenagear tanto a história desta instituição sagrada, quanto a vida notável do Papa Leão XIV, que continua a inspirar pessoas de fé em todo o mundo”, complementou o reverendo Henry Barlow, membro do conselho administrativo do Insight Hospital.

Saliente-se que a instituição original foi fundada em 1852 pelas Irmãs da Misericórdia e serviu como um “pilar de cuidados e compaixão por gerações”.

O irmão mais velho do Papa, John Prevost, confessou à ABC7 que recebe chamadas do irmão mais novo todos os dias e que até jogam Words with Friends.

“É uma conversa para distraí-lo do fardo pesado de administrar a Igreja. […] Ontem à noite foi: ‘Quem conheceu de famoso hoje durante as suas audiências?’ Ou: ‘O que comeu hoje?’”, exemplificou.

Prevost apontou ainda ter aconselhado o irmão a segurar-se ao corrimão, quando descer as escadas. “Não queremos cair aos 70 anos”, disse.

Recorde-se que Robert Francis Prevost é o primeiro norte-americano a ser eleito líder da Igreja Católica, cargo que assumiu em maio, na sequência da morte do Papa Francisco.

Arcebispo-Bispo Emérito de Chiclayo, no Peru, Leão XIV é considerado afável, moderado e reservado, tendo sido uma das grandes apostas de Francisco, que o nomeou enquanto responsável pelos bispos de todo o mundo e pela sua comissão para a América Latina.


Leia Também: Nova primeira-ministra do Nepal promete seguir reivindicações dos manifestantes

A nova primeira-ministra do Nepal, Sushila Karki, comprometeu-se hoje a responder às reivindicações dos manifestantes que exigem "o fim da corrupção", depois dos violentos distúrbios no início da semana que levaram o seu antecessor a demitir-se.


Guiné-Bissau: APU-PDGB aprova candidatura presidencial de Nuno Nabiam

Por Rádio Capital Fm   13/09/2025  

A Assembleia do Povo Unido - Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB) aprovou, este sábado (13.09), a candidatura presidencial do seu líder, Nuno Nabiam, para as eleições de 23 de novembro próximo.

A decisão saiu da reunião da Comissão Política Nacional da APU-PDGB, em que tomaram parte 54% dos membros, segundo as resoluções finais do encontro, enviadas à Rádio Capital FM.

No entanto, com base nessa decisão, os membros da Comissão Política Nacional, segundo as resoluções, "autorizaram" Nabiam a avaliar e decidir se avança ou não com a candidatura para as presidenciais.

Se Nuno Nabiam decidir avançar para a corrida eleitoral, será a terceira vez que concorre às presidenciais, sendo a primeira em 2014, após ser "lançado" por Ex-presidente da República, Kumba Ialá.

A Comissão Política Nacional da APU-PDGB autorizou ainda o seu líder a negociar e assinar acordos de coligação eleitoral com outros partidos políticos.

sábado, 13 de setembro de 2025

Compra de petróleo russo por alguns membros da NATO é "chocante"... O Presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou hoje que acredita que a guerra entre a Rússia e a Ucrânia terminaria se todos os países da Nato parassem de comprar petróleo da Rússia.

© REUTERS/Alexander Drago    Lusa   13/09/2025

"Estou pronto para impor sanções significativas contra a Rússia, a partir do momento em que todos os países da Nato também o tenham decidido e quando todos os países da Nato tiverem parado de comprar petróleo à Rússia", escreveu Donald Trump na sua rede social Truth Social, acrescentando que todos os países da Nato também deveriam aplicar tarifas de entre 50% e 100% à China pelas suas compras de petróleo russo.

Trump defendeu que o compromisso da Nato em vencer a guerra "tem sido muito inferior a 100%" e que a compra de petróleo russo por alguns membros da aliança é "chocante".

Como se estivesse a falar com os Estados membros da Nato, Trump afirmou: "Isso enfraquece muito a vossa posição negocial e o vosso poder negocial em relação à Rússia".

A Turquia, membro da Nato, tem sido o terceiro maior comprador de petróleo russo, depois da China e da Índia, de acordo com o Centro de Investigação sobre Energia e Ar Limpo.

Outros membros da aliança de 32 países envolvidos na compra de petróleo russo incluem a Hungria e a Eslováquia.

A carta surge num momento tenso do conflito, depois do lançamento recente de vários drones russos para a Polónia, uma medida de escalada por parte da Rússia, uma vez que estava a entrar no espaço aéreo de um aliado da Nato.

A Polónia abateu os drones. A carta surge também num momento em que o Congresso está a tentar obter o apoio de Trump para um projeto de lei que endurece as sanções.

Trump afirmou na sua publicação que uma proibição da Nato ao petróleo russo, juntamente com tarifas sobre a China, "também seria de grande ajuda para PÔR FIM a esta guerra mortífera, mas RIDÍCULA".

O Presidente disse que os membros da Nato deveriam aplicar tarifas de 50% a 100% sobre a China e retirá-las se a guerra iniciada com a invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022 terminasse.

"A China tem um forte controlo, e até mesmo domínio, sobre a Rússia", afirmou.


Leia Também: Moscovo lança míssil e anuncia controlo de outra localidade ucraniana

Pelo menos 41 portugueses morreram a combater na Ucrânia. É impossível saber quantos ainda estão na linha da frente

Por cnnportugal.iol.pt

A Rússia informa que, pelo menos, 41 portugueses morreram a combater na Ucrânia até março do ano passado.

Os dados são do Ministério da Defesa daquele país e avançados pela embaixada russa em Lisboa, em resposta a um artigo publicado pela revista Sábado, esta semana.

A embaixada, por sua vez, condena o texto que retrata o quotidiano de um português a lutar perto da linha da frente na Ucrânia e diz que, apesar de os cidadãos se apresentarem como soldados, são mercenários porque estão a ser pagos.

Afirma ainda que estes combatentes não têm proteção legal internacional e que, por isso, são considerados alvos militares legítimos.

A CNN Portugal contactou o Ministério dos Negócios Estrangeiros para confirmar estes dados, mas até ao momento não obteve resposta.

O jornalista Sérgio Furtado, que já esteve várias vezes na Ucrânia, esclarece que muitos casos envolvem mercenários de nacionalidade portuguesa que saem dos próprios países de origem, e que estes “não são Portugal”.

“Aquilo que o Ministério dos Negócios Estrangeiros muitas vezes nos diz é que é difícil manter o controlo sobre quem está na Ucrânia, até porque estas pessoas frequentemente não informam as embaixadas dos seus países de que vão para lá”.   

Dá também conta de que a maior parte destes combatentes estão integrados em brigadas como a Legião Estrangeira ou o Batalhão de Azov.

Ainda assim, “é difícil perceber quantos é que realmente estão na Ucrânia”, remata.  

Ucrânia/Rússia: "É uma óbvia expansão da guerra": Moscovo invade espaço aéreo romeno... Segundo o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que cita dados próprios, "o drone avançou cerca de 10 quilómetros no território romeno e operou em espaço aéreo da NATO durante, mais ou menos, 50 minutos".

© REUTERS   por noticiasaominuto.com   13/09/2025

A Roménia foi obrigada a ativar caças este sábado após o seu espaço aéreo ter sido invadido por drones russos, no seguimento de um ataque a uma infraestrutura ucraniana perto da fronteira. 

Por isso mesmo, o ministério da Defesa romeno informou, em comunicado, que foram enviados dois F-16 para monitorizar a situação depois de ter sido "detetado um drone no espaço aéreo".

Os dois caças seguiram o drone até "desaparecer do radar" perto da aldeia de Chilia Veche, acrescentou na mesma nota, citada pela agência de notícias France-Presse.

 A informação foi também comentada pelo presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, numa publicação no X. 

“Segundo dados atuais, o drone avançou cerca de 10 quilómetros no território romeno e operou em espaço aéreo da NATO durante, mais ou menos, 50 minutos”, afirmou Zelensky.

O presidente ucraniano considerou ainda que “isto não pode ser uma coincidência, um erro, ou a iniciativa de algum comandante de baixo nível”.

“Isto é uma óbvia expansão da guerra por parte da Rússia - e isto é exatamente o que eles querem fazer. Pequenos passos no início e, eventualmente, grandes perdas”, acrescentou o chefe de Estado, que realçou que as forças russas “sabem perfeitamente para onde se dirigem os seus drones” e que “as suas rotas são sempre calculadas”.

A invasão do espaço aéreo da Roménia, por parte de drones russos, não é novidade. Desde o início da guerra, a situação tem-se vindo a repetir, especialmente com a queda de fragmentos dos dispositivos destruídos a caírem para o lado romeno da fronteira.

Relembrar que a Roménia é um membro da União Europeia e da NATO, que partilha cerca de 650 quilómetros de fronteira com a Ucrânia - tornando estas situações recorrentes.

Contudo, a invasão do espaço aéreo da Roménia tem lugar poucos dias depois de o mesmo acontecer com a Polónia no dia 10 setembro, o que faz soar os alarmes.

Neste caso, 19 drones entraram no país, causando um alvoroço da comunidade europeia (que, rapidamente, condenou a situação) e levando a que a Polónia ativasse o Artigo 4.º do Tratado da NATO.

Em resposta, a Polónia e a própria organização transatlântica mobilizaram aeronaves de combates para a fronteira do país, segundo informaram as forças armadas polacas, citadas pelo Le Monde.

"Devido à ameaça de ataques de veículos aéreos não tripulados [drones] nas regiões da Ucrânia que fazem fronteira com a República da Polônia (...) , aeronaves polacas e aliadas estão a operar no nosso espaço aéreo, e os sistemas terrestres de defesa aérea e reconhecimento por radar atingiram seu nível máximo de alerta.”

Em conferência de imprensa, na sexta-feira, também o secretário-geral da Aliança Atlântica, Mark Rutte, anunciou o reforço da presença militar para "fortalecer ainda mais a postura" defesa naquele flanco que faz fronteira com a Rússia.

A iniciativa denominada "Sentinela Oriental" vai começar "nos próximos dias", disse Mark Rutte, sem avançar uma data concreta.

O secretário-geral da NATO acrescentou que o dispositivo de defesa reforçado vai contar com ativos da Dinamarca, França, Reino Unido, Alemanha e outros.


José Mário Vaz (JOMAV) apela às forças de defesa e segurança a afastarem-se das querelas políticas e pede respeito à Constituição da República... O Ex-presidente da República falava, este sábado (13.09), enquanto convidado, na abertura do primeiro congresso do Partido Socialista dos Trabalhadores da Guiné-Bissau.

Por  CFM - Rádio Notícias   13. 09. 2025

sexta-feira, 12 de setembro de 2025

Israel condena "decisão vergonhosa" da ONU sobre dois Estados... Israel classificou hoje como uma "decisão vergonhosa" a aprovação na ONU de uma declaração que fortalece a solução de dois Estados para o conflito israelo-palestiniano e alertou que é um incentivo ao grupo islamita Hamas.

Por  LUSA 

"Israel rejeita categoricamente a decisão da Assembleia-geral da ONU", reagiu o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel, Oren Marmorstein, na rede social X, na qual criticou uma "decisão vergonhosa" que mostra uma organização transformada num "circo político alheio à realidade".

A Assembleia-geral da ONU adotou por larga maioria a 'Declaração de Nova Iorque', que visa fortalecer a solução de dois Estados, com Israel e Palestina lado a lado e excluindo o grupo extremista Hamas.

O texto, preparado por França e Arábia Saudita, foi aprovado com 142 votos a favor, incluindo Portugal, e 10 contra, num pequeno grupo de países que integra Israel, Estados Unidos, Argentina e Hungria. Doze outros estados abstiveram-se.

"Nas dezenas de cláusulas da declaração aprovada (...) não há qualquer referência ao simples facto de o Hamas ser o único responsável pela continuação da guerra, através da recusa em devolver os reféns e desarmar-se", comentou o porta-voz da diplomacia israelita.

A declaração aprovada "não promove uma solução de paz", pelo contrário, "encoraja o Hamas a continuar a guerra", acrescentou.

Previamente aprovada em julho durante uma reunião sem a presença de representantes israelitas ou norte-americanos, a declaração defende medidas "tangíveis e irreversíveis" no sentido de uma solução política, com ações concretas o mais breve possível para alcançar um Estado palestiniano "independente, soberano, economicamente viável e democrático".

Israel tem vindo a criticar há quase dois anos a Assembleia-geral e o Conselho de Segurança da ONU, sobre uma alegada falta de condenação firme aos ataques do Hamas que desencadearam a atual guerra na Faixa de Gaza.

"Condenamos os ataques perpetrados a 07 de outubro pelo Hamas contra civis", afirma a declaração, a propósito dos massacres conduzidos pelas milícias palestinianas em 2023 no sul de Israel, onde foram mortas 1.200 pessoas e 251 foram feitas reféns.

O texto adverte o grupo islamita que "deve libertar todos os reféns", num total estimado de 48, dos quais 20 ainda estarão vivos, e afasta-o de uma solução para o futuro do enclave.

"No contexto do fim da guerra em Gaza, o Hamas deve cessar o exercício da autoridade sobre a Faixa de Gaza e entregar as armas à Autoridade Palestiniana, com o apoio e a colaboração da comunidade internacional, em conformidade com o objetivo de um Estado da Palestina soberano e independente", declara.

De acordo com uma fonte da presidência francesa citada pela agência de notícias France-Presse (AFP), esta declaração deve ser vista como a base para a reunião que Paris e Riade vão copresidir em 22 de setembro em Nova Iorque, na qual o Presidente francês, Emmanuel Macron, prometeu reconhecer o Estado Palestiniano.

Portugal e outros países, como Canadá e Austrália, também se preparam para reconhecer o Estado Palestiniano no final deste mês, enquanto o Reino Unido indicou que o fará se Israel não tomar medidas que conduzam ao fim do conflito na Faixa de Gaza.

Visando um futuro cessar-fogo, o texto menciona ainda o envio de uma "missão internacional temporária de estabilização" para o território, sob mandato do Conselho de Segurança da ONU, com o objetivo de proteger a população, apoiar a capacitação do Estado palestiniano e proporcionar "garantias de segurança à Palestina e a Israel".

Cerca de três quartos dos 193 Estados-membros da ONU já reconhecem o Estado Palestiniano, proclamado pela liderança no exílio, em 1988.

No entanto, após quase dois anos de guerra na Faixa de Gaza, acompanhada pela expansão dos colonatos judaicos na Cisjordânia e planos sobre anexação dos territórios palestinianos, crescem os receios de que a criação de um estado seja inviável.

Na quinta-feira, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, avisou que "não haverá Estado palestiniano" e que os territórios em discussão pertencem a Israel.

O conflito na Faixa de Gaza já causou mais de 64 mil mortos, na maioria civis, segundo as autoridades locais controladas pelo Hamas, e um desastre humanitário sem precedentes na região.

A ONU declarou a região da Cidade de Gaza como em situação de fome, quando Israel tem em marcha um plano militar para ocupar a capital do território e expulsar centenas de milhares de habitantes, e que prevê o desarmamento do Hamas e a recuperação dos reféns antes de entregar o enclave a uma gestão civil não hostil a Telavive.


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"Objetivo de Putin é ocupar toda a Ucrânia. E não importa o que ele diga"... O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou hoje que o homólogo russo, Vladimir Putin, quer "ocupar toda a Ucrânia" e não desistirá até que esse objetivo seja alcançado, mesmo que Kyiv concorde em ceder território.

Por  LUSA 

"O objetivo de Putin é ocupar toda a Ucrânia. E não importa o que ele diga, está claro que colocou a máquina de guerra em movimento a tal ponto que simplesmente não pode pará-la, a menos que seja forçado a mudar fundamentalmente os objetivos pessoais", disse Zelensky na conferência anual de Estratégia Europeia de Ialta, na Ucrânia. 

O Presidente ucraniano afirmou que a "troca de território", hipótese discutida como forma de encerrar o conflito, não será suficiente para alcançar a paz.

Na mesma conferência, Zelensky afirmou que a presença do emissário norte-americano Keith Kellogg em Kyiv é tão eficaz a dissuadir a Rússia de atacar a capital como um sistema de "defesa antiaérea", chegando mesmo a propor-lhe, em tom de brincadeira, um passaporte ucraniano.

"Quando Keith Kellogg está em Kyiv, os habitantes podem dormir em paz. Obrigado. Gostaria que visitasse todas as cidades da Ucrânia", argumentou Zelensky.

Segundo o chefe de Estado ucraniano, em cada visita de Kellogg "não há ataques maciços", salientando que essa "proteção" não se verifica quando os representantes estrangeiros são de outros países que não os Estados Unidos.

"Constata-se que os Estados Unidos têm sistemas de defesa antiaérea que não são menos eficazes do que o 'Patriot'", acrescentou Zelensky, referindo-se às baterias de fabrico norte-americano que Kyiv tem pedido aos aliados.

Keith Kellogg, que visita regularmente a Ucrânia, estava presente na sala.

"Estou pronto para conceder a cidadania [ucraniana] ao general Kellogg, podemos dar-lhe um apartamento, tudo o que precisar, se isso levar a Rússia a cessar o fogo", declarou Zelensky, provocando o sorriso do enviado norte-americano.

A visita de Kellogg ocorre poucos dias depois da intrusão sem precedentes de 'drones' russos no espaço aéreo da Polónia, país membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) e da União Europeia (UE).

Varsóvia e os seus aliados, incluindo Kyiv, denunciaram o que consideram ser um ato deliberado, enquanto Moscovo negou qualquer responsabilidade.

O Presidente da República, que se encontra em França desde ontem, foi recebido esta tarde no Palácio do Eliseu pelo seu homólogo Emmanuel Macron.

No decurso da sessão de trabalho, os dois Chefes de Estado analisaram o estado das relações de cooperação entre a Guiné-Bissau e a França, tendo igualmente abordado questões da actualidade internacional, com particular incidência na situação do continente africano.

As relações de fraternidade entre a Guiné-Bissau e a França encontram-se actualmente num patamar elevado, sendo reflexo da confiança mútua e da determinação em fortalecer os laços de amizade e de parceria estratégica.

Presidência da República da Guiné-Bissau