- Abdú Mané diz que ‘maus vizinhos’ estão a fazer’campanha negra’ contra a Guiné-Bissau
Bissau (GBissau.com, 10 de Abril de 2013) – As autoridades de transição desmentiram categoricamente as alegações segundo as quais o presidente de transição da Guiné-Bissau, Manuel Serifo Nhamadjo, ter-se-ia cooperado com os autores de um plano de tráfico de drogas e de armas envolvendo as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC).
Em declarações à imprensa, o Procurador-Geral da República guineense desmente qualquer envolvimento do Presidente de Transição Serifo Nhamandjo e do Primeiro-ministro Rui de Barros no tráfico de droga.
No ponto de vista de Abdú Mané as alegações não passam de uma “campanha negra” contra o Estado da Guiné-Bissau feita por “maus vizinhos”. Após uma reunião de cerca de uma hora com o Primeiro-ministro Rui Duarte Barros, o PGR assegurou aos jornalistas que a Guiné-Bissau vai continuar a colaborar com a comunidade internacional na Justiça e no combate ao narcotráfico, desde que, lembra, seja em “coisas concretas”.
Num tom semelhante, a Presidência da República, atraves de um porta-voz, desmentiu categoricamente as mesmas alegações.
Entretanto, de acordo com o auto de acusação, as autoridades guineenses são apontadas por dois dos arguidos como tendo conhecimento de um negócio ilícito de troca de droga por armas, com o grupo rebelde colombiano.
Mas, o PGR guineense rejeita esta tese à luz das acusações e alegações veiculadas na imprensa internacional. Nos últimos dias muito se tem falado sobre os alegados envolvimentos dos membros do governo guineense, do actual primeiro-ministro, assim como do Presidente da República de Transição, nos “planos” que seriam executados pelos réus Manuel Mamadi Mané e Saliu Sisse. Isto no tocante às acusações do tráfico de droga e da venda de armas terra-ar às Forças Armadas da Colômbia (FARC).
A GBissau.com teve acesso ao auto de acusação, sobretudo o caso “Estados Unidos da América v. Manuel Mamadi Mané e Saliu Sisse“. São dezanove páginas que constituem as acusações contra estes dois cidadãos guineenses. Numa das suas mais polémicas passagens, Manuel Mamadi Mané “Quecutó” teria afirmado por duas vezes que iria “encontrar-se amanhã” com o Presidente da República de Transição e com o primeiro-ministro. Todavia, os documentos tornados públicos pelo Tribunal Distrital de Nova Iorque não confirmam que esses supostos encontros tivessem sido realizados.
Já o mesmo não acontece com dezenas de outros encontros bem documentados pelas autoridades norte-americanas e que aliás constituem algumas das provas de acusações. Esses encontros supostamente confirmados foram devidamente documentados e envolveram as seguintes individualidades: Manuel Mamadi Mané, Saliu Sisse, CC-1, CC-2, CC-3, CC-4 (descritos como conspiradores), CS-1, CS-2 (agentes secretos americanos) e três oficiais militares da Guiné-Bissau.
O Tribunal Distrital da zona Sul de Nova Iorque optou por dividir estas e outras acusações contra os guineenses e colombianos em três grupos:
- “Estados Unidos da América v. Manuel Mamadi Mané e Saliu Sisse”
- “Estados Unidos da América v. José Américo Bubo Na Tchuto, Papis Djeme e Tchamy Yala”
- “Estados Unidos da América v. Garavito-Garcia and Perez-Garcia”
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