domingo, 13 de outubro de 2024

Dia Mundial da Trombose: Médico explica tudo sobre "doença centenária" que nem todos conhecem

© Shutterstock   Por Notícias ao Minuto  13/10/24 

Já ouviu falar de púrpura trombocitopénica trombótica adquirida? José Pedro Carda, um hematologista no Hospital da Luz, explica tudo o que deve saber.

Todos anos, a 13 de outubro, assinala-se o Dia Mundial da Trombose. José Pedro Carda, um hematologista no Hospital da Luz, explica, que a data foi "criada com o objetivo de chamar a atenção para os riscos e formas de prevenção desta doença".   

Caso não saiba, "trombose descreve a formação de coágulos no interior de veias ou artérias, que impedem a circulação total ou parcial do sangue, com complicações a depender principalmente do órgão afetado".

Segundo o médico, "uma das causas mais raras de trombose - a púrpura trombocitopénica trombótica adquirida (PTTa) - foi descrita há 100 anos por Eli Moschcowitz". 

"Foram necessárias décadas de investigação até que se percebessem as bases fisiopatológicas de uma doença outrora fatal, mas atualmente com abordagens que melhoraram radicalmente o prognóstico", acrescenta. Trata-se de "uma doença muito rara, mas potencialmente fatal, que afeta a coagulação do sangue". 

© José Carda

Caracteriza-se pela "presença de pequenos coágulos em vasos sanguíneos, levando à diminuição das plaquetas, anemia grave e sintomas múltiplos como fadiga, palidez, pequenas manchas roxas na pele, dor abdominal e alterações neurológicas, como confusão ou dor de cabeça". São estes últimos sintomas que habitualmente levam o doente ao serviço de urgência, "com sintomas sugestivos, mas simuladores, de acidente vascular cerebral".

Isto significa que "o reconhecimento precoce desses sintomas é crucial" porque "o diagnóstico e o tratamento rápidos são determinantes na recuperação do doente". 

Geralmente, "a pesquisa médica vai incluir exames de sangue, que são essenciais para confirmar a suspeita de PTTa, e caso se confirme, o encaminhamento para um especialista e o início imediato do tratamento são fundamentais".

De acordo com o especialista, "o tempo é um fator crítico: atrasos no diagnóstico podem levar a complicações graves, incluindo danos aos órgãos e, em casos extremos, à morte, pelas complicações dos fenómenos trombóticos a nível renal, cardíaco ou cerebral". 

Infelizmente, "os doentes que vivenciam um episódio de PTTa podem enfrentar um impacto significativo na sua vida a longo prazo", explica. "Embora muitos apresentem recuperação completa, alguns doentes podem apresentar sequelas, como problemas neurológicos ou fadiga crónica".

Para além disso, "a experiência de lidar com uma doença grave, potencialmente fatal, pode gerar ansiedade e perturbações emocionais, afetando a qualidade de vida". Tendo isto em conta, "o apoio psicológico e a reabilitação são aspectos importantes na recuperação, ajudando os doentes a reintegrarem as suas rotinas diárias". 

Durante "os últimos anos, houve inovações significativas no diagnóstico e tratamento da PTTa", afirma a médica. Por exemplo, "intervenções precoces estão atualmente dependentes de métodos mais rápidos e precisos na identificação da doença, técnicas essas disponíveis em várias instituições nacionais".

Explica ainda que "o diagnóstico precoce permite o tratamento precoce" e "nesse campo as abordagens terapêuticas evoluíram, proporcionando opções que minimizam os riscos e melhoram significativamente os resultados para os doentes". 


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