terça-feira, 9 de dezembro de 2025

O Alto Comando Militar para a Restauração da Segurança Nacional e Ordem Pública está reunido com os representantes da Comunidade Internacional. O Presidente da Transição, Major-General Horta Inta-A é quem preside a reunião na presença do Primeiro-Ministro, Ilidio Vieira Té.

Família de Domingos Simões Pereira pede "prova de vida"... A família de Domingos Simões Pereira quer "uma prova de vida" do político guineense que estará detido numa esquadra de Bissau, desde o golpe de 26 de novembro, uma informação que, segundo a filha, permanece por confirmar.

Por LUSA 

Denisa Pereira disse hoje à Lusa, numa entrevista telefónica, que a família "teme pela vida" de Simões Pereira, que não consegue contactar há quase 15 dias, e que aquilo que sabe é o que lhe contam terceiros, que "supostamente ele está na segunda esquadra".

"Sem o contacto, depois de quase 15 dias, nós precisamos de uma prova de vida, se houvesse alguém, algum organismo que tivesse entrado e confirmasse que estão detidos em tal sítio e encontram-se vivos, já era qualquer coisa", afirmou.

A filha contou que a última vez que a família viu o político guineense foi "antes da hora de almoço" de 26 de novembro, dia em que, depois de um tiroteio, os militares tomaram o poder na Guiné-Bissau.

"O que eu sei do meu pai é aquilo que nos contam, supostamente que ele está na segunda esquadra, que pertence ao Ministério do Interior, e é para lá que nós temos enviado alimentação", afirmou à Lusa.

Fora isso, acrescentou, "não existe telefonema, nem existiu, não existe contacto direto" nem com a filha, "nem outro membro da família, nem com advogados, nem com nenhum membro da sociedade civil".

Denisa Pereira indicou que, "inclusive, organizações religiosas já tentaram fazer essa aproximação e ninguém conseguiu" saber de Simões Pereira e de outros políticos que terão sido detidos a 26 de novembro.

A informação da detenção, segundo disse, chegou através de pessoas que "conseguiram perceber o trajeto que foi feito" da base aérea próxima do aeroporto de Bissau, onde estaria inicialmente Simões Pereira, até ao Ministério do Interior.

Das autoridades guineenses disse não terem tido, até agora, qualquer informação.

A filha adiantou que a família decidiu "partir para outras formas de luta", que passam por "chamar a atenção da comunidade internacional, das pessoas dentro e fora da Guiné", para a situação.

"Tudo o que nós podemos fazer é chamar a atenção para aquilo que está a acontecer, explicarmos que é uma situação, [que] os direitos e liberdades e garantias das pessoas que foram detidas, nomeadamente Domingos Simões Pereira, que é o meu pai, estão a ser espezinhados completamente", declarou.

Para a família, estas pessoas encontram-se "sequestradas" por não haver uma explicação e não terem acesso à família e a advogados ou outros direitos que a lei confere.

Denisa Pereira disse ainda que a família não tem tido apoio de entidades regionais e dirigiu-se em concreto à CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental) para dizer que não se sentem protegidos por esta organização, da qual a Guiné-Bissau faz parte.

Denisa lembrou que a CEDEAO esteve no país depois do golpe e que teve "encontros com alguns membros do Governo, com o Presidente de transição e não houve nenhuma movimentação no sentido de tentar chegar junto à segunda esquadra para perceber qual a real situação de Domingos Simões Pereira e demais detidos".

"Nós sentimo-nos desprotegidos, não estamos a sentir uma mão firme da parte de uma organização que devia ter uma voz firme em relação à Guiné-Bissau. Em comparação, curiosamente tivemos notícias há dois dias de uma tentativa de golpe de Estado no Benim, que é um país que faz parte da CEDEAO tal como a Guiné-Bissau, e conseguimos perceber que a CEDEAO consegue agir, às vezes, quando quer", comparou.

Denisa Pereira apontou também a CPLP (Comunidade de Países de Língua Portuguesa), atualmente presidida pela Guiné-Bissau, para lamentar a falta de "voz firme".

"Toda a gente condena [o] ato e depois ficamos pela intenção, marcam reuniões distantes da data em que os acontecimentos se deram, nós não entendemos", observou.

Domingos Simões Pereira era considerado o principal adversário do Presidente guineense Umaro Sissoco Embaló, com quem disputou as presidenciais de 2019.

Simões Pereira preparava-se para voltar à corrida eleitoral, mas foi excluído das candidaturas pelo Supremo Tribunal de Justiça, assim como a coligação PAI-Terra Ranka, liderada pelo Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).

Enquanto líder da coligação e do histórico partido da libertação, Simões Pereira decidiu apoiar o candidato independente Fernando Dias que reclamou vitória sobre Sissoco Embaló, que concorreu a um segundo mandato, nas eleições gerais, presidenciais e legislativas, de 23 de novembro.

Três dias depois das eleições, e um dia antes da data anunciada para a divulgação dos resultados, os militares tomaram o poder, destituíram o Presidente cessante e suspenderam o processo eleitoral.

Um Alto Comando Militar nomeou Presidente de transição o general Horta Inta-A e este deu posse a um Governo com 23 ministérios e cinco secretarias de Estado, tutelados por vários nomes ligados ao Presidente deposto.

Os militares suspenderam parcialmente a Constituição e fixaram uma estrutura política com o Presidente da República de Transição, o Alto Comando Militar, o Conselho Nacional de Transição com as funções do parlamento e o Governo de Transição.

As organizações regionais africanas de que a Guiné-Bissau faz parte, suspenderam o país dos seus órgãos, nomeadamente a CEDEAO (Comunidade Económica dos Países da África Ocidental) e a União Africana (UA).

Os chefes de Estado e de Governo da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa) irão analisar a situação na próxima cimeira, com a recomendação do Conselho de Ministro de suspender e substituir a Guiné-Bissau na presidência da organização.

A delegação da agência Lusa na Guiné-Bissau está suspensa desde agosto após a expulsão pelo Governo dos representantes dos órgãos de comunicação social portugueses. A cobertura está a ser assegurada à distância

EUA fazem aviso a Zelensky: restam-lhe dias para dizer ‘sim’ a acordo com a Rússia... De acordo com o Financial Times, a administração Trump deu apenas dias ao presidente da Ucrânia para aceitar o plano de paz proposto pelos EUA. Zelensky promete responder “em breve”.

Por SIC Notícias/Com Lusa

Os Estados Unidos da América (EUA) avisam a Ucrânia de que tem poucos dias para responder ao acordo que prevê a perda de território. 

O enviado especial norte-americano Steve Witkoff e o genro de Donald Trump, Jared Kushner, terão avisado Volodymyr Zelensky de que tem de tomar uma decisão sobre o acordo dentro de dias.  

Segundo o jornal Financial Times, o acordo prevê perdas de territoriais por parte da Ucrânia em troca de garantias de segurança dos Estados Unidos. 

Zelensky promete enviar "em breve" plano revisto 

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou, esta terça-feira, que vai enviar "em breve" uma versão revista do plano de paz proposto pelos Estados Unidos ao homólogo norte-americano, Donald Trump, após uma série de contactos com líderes europeus. 

"Estamos empenhados numa paz verdadeira e mantemos um contacto constante com os Estados Unidos. E, como os nossos parceiros nas equipas de negociação apontam corretamente, tudo depende de a Rússia estar preparada para tomar medidas eficazes para travar o derramamento de sangue e evitar que uma nova guerra ecloda", declarou numa mensagem divulgada na rede X, durante um encontro em Roma com a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni. 

A reunião ocorre depois de Volodymyr Zelensky se ter encontrado no dia anterior, em Londres e Bruxelas, com parceiros europeus e da NATO, e em plenas negociações bilaterais dos enviados da Casa Branca com a Rússia sobre o fim do conflito iniciado com a invasão russa da Ucrânia, em fevereiro de 2022.   

"Estamos a trabalhar ativamente em todos os elementos de possíveis medidas para o fim da guerra. As propostas ucranianas e europeias estão agora mais avançadas e estamos preparados para apresentá-las aos nossos parceiros nos Estados Unidos", indicou o Presidente ucraniano, que espera "tornar estas medidas viáveiso mais rapidamente possível". 

Ao receber Zelensky no pátio do Palácio Chigi, sede do Governo italiano, Meloni, aliada de Trump na Europa e que sempre demonstrou apoio a Kiev, cumprimentou-o com um abraço, tendo depois realizado uma reunião à porta fechada de uma hora e meia. 

Mais tarde, o Presidente ucraniano relatou, através da rede X, que a reunião tinha sido "excelente e muito substancial", na qual foram abordados "todos os aspetos" da situação diplomática. 

"Agradecemos o papel ativo da Itália na criação de ideias práticas e na definição de medidas para aproximar a paz. Informei-a sobre o trabalho da nossa equipa de negociação e estamos a coordenar os nossos esforços diplomáticos. Estamos extremamente gratos pelo apoio contínuo da Itália; isto é importante para a Ucrânia", expressou Zelensky. 

O presidente ucraniano agradeceu também à primeira-ministra italiana pelo pacote de ajuda prometido e pelo fornecimento de geradores de energia. 

"É exatamente isto que vai apoiar as famílias ucranianas, o nosso povo, as nossas crianças e o quotidiano nas nossas cidades e comunidades, que continuam a sofrer constantes ataques russos. Precisamos de proteger vidas. Obrigado, Itália!", concluiu. 

Antes de se reunir com Meloni, Zelensky visitou o Papa Leão XIV na sua residência em Castel Gandolfo, perto de Roma. Durante a audiência, o pontífice norte-americano reiterou "a necessidade de continuar o diálogo e renovou o seu desejo urgente de que as iniciativas diplomáticas em curso conduzam a uma paz justa e duradoura", segundo um comunicado da Santa Sé. 

O presidente ucraniano anunciou na segunda-feira que Kiev está a preparar um plano alternativo para apresentar aos negociadores de Washington, ao mesmo tempo que reafirmou que não cederá qualquer território à Rússia.  

Eleições? "Estou sempre pronto"

Por outro lado, Zelensky respondeu ainda aos jornalistas que o questionaram, à saída de um hotel em Roma, sobre o apelo de Trump para a realização de eleições na Ucrânia, deixada numa entrevista publicada pelo Politico.  

"Estou sempre pronto", respondeu sucintamente.  

O mandato de cinco anos de Zelensky deveria ter terminado em maio do ano passado, mas não foram realizadas eleições devido à lei marcial imposta por causa da guerra com a Rússia. 

A retirada da região do Donbass, bem como a renúncia da Ucrânia à adesão à NATO, a garantias de segurança e às reparações russas no pós-guerra, são alguns dos pontos em que nem as partes beligerantes nem os mediadores conseguiram chegar a um acordo. 

Na última semana, as negociações foram marcadas por encontros entre o enviado especial da Casa Branca, Steve Witkoff, e o líder russo, Vladimir Putin, em Moscovo, e com o negociador ucraniano Rustem Umerov em Miami, sem que tenha sido alcançado qualquer acordo até ao momento. 


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O representante de Kyiv na ONU, Andrii Melnyk, garantiu hoje que os territórios ucranianos não estão à venda como numa "feira de Natal", reiterando a sua oposição a conceções territoriais à Rússia.


Leia Também: Defesas aéreas reivindicam abate de drones em tentativa de ataque a Moscovo

As defesas aéreas russas abateram hoje quatro drones ucranianos que se dirigiam para Moscovo, obrigando ao encerramento temporário dos aeroportos da capital russa, informou o presidente da câmara, Serguei Sobyanin.


CEDEAO admite “estado de emergência” na região e alerta para riscos crescentes de instabilidade

Por TV VOZ DO POVO

A 55ª Sessão do Conselho de Mediação e Segurança da CEDEAO ao nível ministerial decorreu esta segunda-feira, 09, em Abuja, marcada por fortes alertas sobre a deterioração da segurança e da estabilidade política na África Ocidental. 

Na declaração de abertura, o Presidente da Comissão da CEDEAO, Dr. Omar Alieu Touray, afirmou que a região enfrenta “um estado de emergência”, exigindo ação imediata e coordenação reforçada entre os Estados-membros.

Touray saudou os ministros presentes e agradeceu ao Governo da Nigéria pela receção, sublinhando que, no ano em que a organização celebra o seu Jubileu de Ouro, as tarefas e desafios para o futuro tornam-se mais exigentes.

Segundo o Presidente da Comissão, os memorandos apresentados revelam níveis elevados de risco político e de segurança em toda a comunidade. 

Entre os fatores listados destacam-se as intervenções militares recentes — incluindo a Guiné-Bissau e o Benim, onde ocorreu uma tentativa de golpe há poucos dias —, o incumprimento das normas de transição na Guiné-Conacri, a exclusão crescente de candidatos nos processos eleitorais e a expansão de grupos terroristas e redes criminosas na sub-região.

Touray advertiu que as eleições continuam a ser um dos principais motores de instabilidade. Em 2026, a CEDEAO terá de acompanhar processos eleitorais na Guiné, Benim, Gâmbia e Cabo Verde, ao mesmo tempo que gere as repercussões da crise política na Guiné-Bissau e a recente tentativa de golpe no Benim. 

A relação com a Aliança dos Estados do Sahel (AES) e a cooperação em matéria de segurança foi igualmente identificada como prioridade urgente.

Face ao agravamento do cenário, Touray propôs que o Conselho passe a reunir-se mais vezes do que as duas sessões ordinárias anuais. “Devemos enfrentar estas ameaças com a atenção que merecem”, alertou, defendendo maior mobilização de recursos contra o terrorismo, a bandidagem e o crime organizado.

A situação humanitária também foi destacada como crítica. Dados apresentados pelo Presidente da Comissão mostram que, em outubro de 2025, aproximadamente 7,6 milhões de pessoas estavam deslocadas à força na África Ocidental — um aumento face aos 7,4 milhões registados em março. Nigéria, Burkina Faso, Níger e Mali concentram o maior número de deslocados internos.

Touray garantiu que a CEDEAO “não vai descansar” na defesa da paz, da estabilidade e do respeito pelos princípios constitucionais, reafirmando o compromisso da organização com a unidade regional. 

A reunião deverá produzir recomendações a serem analisadas pelos Chefes de Estado e de Governo na próxima cimeira a realizar a 14 dezembro.

O Governo de Transição determinou o fim de cobranças, pela Câmara Municipal de Bissau, aos vendedores ambulantes, que vendem os seus produtos no chão, enquanto o governo cria condições para a sua melhor comercialização em Comunicado Final do Conselho de Ministros _09.12.2025

Mais uma FAKE NEWS fabricada pelo PAIGC, Depois das atas falsas ... Para vossa informação, nenhuma sanção pode ser aplicada nem nenhuma decisão pode ser tomada antes da Cimeira de Chefes de Estado da CEDEAO que terá lugar no dia 14. O PAIGC é uma máquina de desinformação incorrigível

Por Estamos a Trabalhar

PRIMEIRO-MINISTRO E MIN.DAS FINANÇAS DE TRANSIÇÃO ILÍDIO VIEIRA TÉ VISITOU AS INSTALAÇÕES DO ESTADO MAIOR GENERAL DAS FORÇAS ARMADAS

VISITA DO PRIMEIRO-MINISTRO E MIN.DAS FINANÇAS DE TRANSIÇÃO AS INSTALAÇÕES DE ALFÂNDEGAS DE BISSAU

Donald Trump: Europa? Conjunto de nações "em decadência", lideradas por "fracos"... O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, descreveu a Europa como politicamente fraca, anunciou que apoiará líderes europeus alinhados com a sua visão de política externa e admitiu usar força militar para derrubar o regime venezuelano.

© Lusa  09/12/2025 

Numa entrevista ao jornal Politico, Trump denunciou que os líderes europeus "não sabem o que fazer", acusando-os de exagerarem no politicamente correto e de falharem no controlo da imigração, situação que, na sua leitura, poderá levar ao desaparecimento de alguns países europeus enquanto Estados viáveis.

O chefe de Estado norte-americano classificou a Europa como um conjunto de nações "em decadência", lideradas por responsáveis "fracos", e apontou cidades como Londres e Paris como exemplos de sistemas sob pressão devido à imigração proveniente de África e do Médio Oriente.

Trump reagiu também às críticas do presidente do Conselho Europeu, António Costa, que acusou Washington de interferir na vida democrática europeia, reiterando que irá apoiar explicitamente líderes e forças políticas europeias que partilhem a sua visão estratégica.

"Irei apoiar. Já apoiei pessoas que muitos europeus não apreciam", assegurou Trump, citando como exemplo o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, elogiado pelas suas políticas de controlo de fronteiras, consonantes com o novo plano estratégico de política externa divulgado pela Casa Branca.

Sobre a guerra na Ucrânia, Trump considerou que a Rússia está numa posição mais forte do que Kiev e minimizou o papel dos líderes europeus no processo de paz, dizendo que "falam, mas não mostram resultados".

O Presidente norte-americano lembrou ter apresentado recentemente um novo projeto de plano de paz, acrescentando que alguns responsáveis ucranianos o viram com bons olhos, e insistiu que o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, deveria lê-lo.

Trump voltou igualmente a defender a realização de novas eleições na Ucrânia, questionando a qualidade democrática do país num contexto prolongado de guerra.

Sobre a situação nas Caraíbas, o Presidente norte-americano recusou excluir a possibilidade de recorrer a forças militares dos Estados Unidos na Venezuela, como parte do esforço para derrubar o regime de Nicolás Maduro.

"Não excluo, nem confirmo", disse Trump sobre essa hipótese, sublinhando que não pretende discutir publicamente estratégias militares, mas admitindo que consideraria o uso da força também noutros países da região, como o México e a Colômbia, no combate ao tráfico de droga.


Guiné-Bissau: Portugal e Moçambique "preocupados" com situação na Guiné-Bissau... Os governos de Portugal e Moçambique condenaram hoje a "tomada do poder pela força na Guiné-Bissau", e manifestaram "preocupação com a evolução da situação no país, uma posição assumida na sexta cimeira bilateral, realizada no Porto.

© Lusa    09/12/2025 

Na declaração final da cimeira, em que participaram o primeiro-ministro português, Luís Montenegro, e o Presidente moçambicano, Daniel Chapo, os dois governos "reafirmaram o seu empenho no reforço" da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) como "fórum de concertação política e de cooperação no espaço constituído pelos países de língua oficial portuguesa". 

"Neste quadro, condenaram, veementemente, a tomada do poder pela força na Guiné-Bissau, expressando a preocupação com a evolução da situação naquele país parceiro. Apoiaram, de igual modo, as iniciativas que assegurem o regresso à ordem constitucional e a conclusão do processo eleitoral naquele país", refere a declaração final.

Nesta cimeira, ainda na esfera diplomática, "Portugal felicitou Moçambique pelo exercício do seu primeiro mandato como membro não permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas", no biénio de 2023-2024.

"Por seu turno, Moçambique reafirmou o seu apoio à candidatura de Portugal para o biénio de 2027-2028, nas eleições que terão lugar em junho de 2026", refere a declaração final.

A candidatura de Fernando Dias, que reclama vitória nas presidenciais na Guiné-Bissau, exigiu na quarta-feira à Comissão Nacional de Eleições (CNE) a convocação da plenária do órgão para que os resultados eleitorais sejam declarados "o mais rápido possível".

Em comunicado consultado pela Lusa nas redes sociais, reagia ao anúncio feito pela CNE, que se mostrou indisponível para dar continuidade ao processo eleitoral e divulgar os resultados das legislativas e presidenciais de 23 de novembro, devido a alegados atos de vandalismo às suas instalações.

Na voz do seu secretário executivo adjunto, o juiz Idriça Djaló, a CNE disse que os alegados atos teriam sido protagonizados por "homens armados e encapuzados" no dia 26 de novembro, véspera do anúncio dos resultados provisórios.

A candidatura de Fernando Dias da Costa, atualmente exilado na embaixada da Nigéria em Bissau, condena o "posicionamento ilegal" do secretariado executivo da CNE, que acusa de "usurpação de competências" da plenária do órgão que deveria, defende, ter sido convocada a pronunciar-se sobre o processo.

Assim sendo, o candidato exige a convocação da plenária da CNE e a divulgação dos resultados "o mais rápido possível para que se respeite a vontade popular expressa nas urnas".

A Guiné-Bissau está suspensa da CEDEAO, assim como de outra organização regional, a União Africana, consequência do golpe de Estado em 26 de novembro, quando um Alto Comando Militar tomou o poder, destituiu o Presidente, Umaro Sissoco Embaló, que deixou o país, e suspendeu o processo eleitoral.

As eleições gerais, presidenciais e legislativas, tinham decorrido sem incidentes mas na véspera da divulgação dos resultados oficiais, um tiroteio em Bissau antecedeu a tomada do poder pelo Alto Comando Militar que nomeou o Presidente de transição, o general Horta Inta-A.

O general anunciou que o período de transição terá a duração máxima de um ano e nomeou como primeiro-ministro e ministro das Finanças Ilídio Vieira Té, antigo ministro de Embaló.

Um novo Governo de transição foi entretanto empossado, com nomes do executivo deposto e cinco militares entre os 23 ministros e cinco secretários de Estado.

No golpe, o líder do PAIGC, Simões Pereira, foi detido e a tomada de poder pelos militares está a ser denunciada pela oposição como uma manobra para impedir a divulgação dos resultados eleitorais.

MINISTRA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA CONFERE POSSE NOVA DIRETORA-GERAL INTERINA DO TRABALHO E RELAÇÕES LABORAIS

Por: GABINETE DE COMUNICAÇÃO

O Ministério da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social reafirma o seu compromisso com o reforço institucional e com a melhoria contínua de serviço público.

Nesta perspetiva, a Ministra da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social conferiu posse esta terça-feira, [09.12] à nova Diretora-geral Interina do Trabalho e Relações Laborais.

Na cerimónia, Assucénia Donato de Barros encorajou a recém-empossada a exercer as suas funções com elevado sentido de servidor público.

De Barros lembrou a nova Diretora-geral Interina do Trabalho que o setor exige responsabilidade, transparência e dedicação ao interesse nacional.

A Ministra da Administração Pública solicitou, igualmente, que sejam fortalecidos o diálogo social, a concertação e as boas relações laborais, pilares essenciais para a estabilidade e o progresso do país.

A nova Diretora-geral Interina do Trabalho e Relações Laborais, na sua curta declaração, agradeceu a confiança que nela depositada.

Idel Helena Cunha Pereira Gouveia sublinhou que construiu toda a sua carreira no Ministério, onde conta já com mais de 17 anos de serviço e de experiência, assegurando que irá desempenhar a sua nova função com zelo, compromisso e espírito de missão.

De referir, que a nova Diretora-geral Interina do Trabalho e Relações Laborais até antes da sua nomeação ocupava as funções da Diretora de Serviço de Higiene, Saúde e Segurança no Trabalho e substituí no cargo atual Ministra da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social.

Presidente do Movimento Social Democrático MSD em conferência de imprensa para falar sobre atual situação política do país

O Primeiro-Ministro de Transição, Ilídio Vieira Té, preside a Sessão Extraordinária do Conselho de Ministros de 09.12.2025

O novo Procurador-Geral da República, Amadu Tidjane Baldè, recebe os dossiês de transição das mãos do PGR cessante, Fernando Gomes.

Ministros da UE em Lviv para impulsionar adesão ucraniana ao bloco... Os ministros com a pasta dos Assuntos Europeus do bloco comunitário reúnem-se entre quarta-feira e quinta-feira na cidade ucraniana de Lviv para impulsionar o processo de adesão do país à União Europeia (UE) que continua bloqueado pela Hungria.

Por LUSA 

Apesar de um relatório divulgado recentemente pela Comissão Europeia considerar que a Ucrânia - país que está há quase quatro anos a tentar debelar uma invasão da Federação Russa - está "fortemente empenhada" no caminho de adesão à UE e que está a reformar o país, Budapeste continua a ser a 'pedra no sapato', respetivamente nas negociações dos capítulos obrigatórios.

Diplomatas dinamarquês disseram à Lusa que a reunião tem como propósito avançar no processo de adesão da Ucrânia, após a obtenção do estatuto de país candidato em 2022.

A reunião de dezembro visa, assim, desbloquear essas negociações, congeladas pelo veto do governo húngaro, numa votação que é feita por unanimidade.

A Hungria, que justifica a posição com preocupações políticas e culturais, tem vindo a opor-se à adesão do país à UE.

O governo ultranacionalista húngaro, liderado por Viktor Orbán, alega que Kiev não respeita plenamente os direitos da minoria húngara que vive na região da Transcarpátia, nomeadamente em questões linguísticas e educativas.

Além disso, Budapeste tem mantido uma postura crítica face às sanções europeias contra a Rússia e à política externa da UE relativamente ao conflito na Ucrânia, procurando preservar interesses energéticos e diplomáticos próprios.

Esta posição tem criado tensões dentro do bloco comunitário, atrasando o consenso necessário para avançar com o processo de adesão ucraniano.

A Ucrânia foi invadida pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022.

Russos deportados por EUA chamados para exército ao chegarem a Moscovo... Vários russos deportados pelos Estados Unidos receberam notificações para se alistarem no exército, que combate na Ucrânia desde 2022, ao aterraram hoje no aeroporto de Moscovo, noticiaram órgãos de comunicação social locais.

Por LUSA 

As notificações obrigam-nos a apresentarem-se num centro de recrutamento militar, segundo o jornal eletrónico Agentstvo, considerado subversivo pelas autoridades da Rússia.

Desconhece-se o número exato de deportados que chegaram à capital da Rússia, segundo a agência de notícias espanhola EFE.

Os passageiros fizeram escala no Cairo juntamente com cerca de 50 iranianos, também deportados pelos Estados Unidos, depois de terem partido de Mesa (Arizona) no domingo, 07 de dezembro.

O presidente da organização Russian America for Democracy in Russia, Dmitri Valuev, disse que ainda não foi possível contactar todos os russos deportados, que aterraram às 02:39 (hora de Moscovo, 23:39 de segunda-feira em Lisboa).

Valuev admitiu anteriormente que havia opositores políticos entre os russos deportados pelos Estados Unidos.

Trata-se, pelo menos, do terceiro voo de russos que foram expulsos dos Estados Unidos desde o início do ano, embora também tenham ocorrido extradições individuais.

Um dos deportados foi o ativista Leonid Melekhin, que já tinha sido detido na Rússia por participar em manifestações e que foi novamente detido ao regressar em julho de 2025, acusado de justificar o terrorismo.

As autoridades russas intensificaram a repressão dos opositores políticos desde a invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022, não admitindo críticas à guerra que Moscovo designa oficialmente como uma operação militar especial.


Leia Também: Rússia nega acusações de preparar ataque sobre países da NATO

A Presidência da Rússia negou hoje a preparação de um ataque contra a Aliança Atlântica, considerando "completamente absurdas" as acusações sobre uma eventual agressão russa a países da NATO. 



Putin assina decreto para mobilizar cerca de 100 mil reservistas... José Milhazes revela, na antena da SIC Noticias, que, após receberem treino militar, os reservistas vão defender importantes alvos russos, ficando, assim, na retaguarda do conflito.

Por  SIC Noticias  09 dez.2025

Segundo a agência estatal russa, TASS, Vladimir Putin assinou um decreto anual para mobilizar cerca de 100.000 reservistas para treinos militares já a partir do próximo ano. Na sua análise na SIC Notícias, o comentador José Milhazes nota que, com esta medida, o Kremlin revela que não está verdadeiramente interessado na paz.

Para o comentador SIC, esta é mais uma prova de que Putin não quer resolver o conflito.

Nota que, após o treino militar, os reservistas vão defender importantes alvos russos, ficando, assim, na retaguarda do conflito: 

“Se mobiliza 100.000, mesmo que seja para a retaguarda, significa que esses lugares que estavam ocupados por militares no ativo vão para a frente de combate. São uma reserva grande soldados.” 

Para o comentador, o Presidente russo só tem uma coisa em mente: a vitória absoluta. 

Na sua análise na antena da SIC Notícias, José Milhazes aborda ainda temas como a demografia decrescente russa, a liberdade de expressão na Rússia e os combates entre Tailândia e Cambodja.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2025

Vários mortos após tentativa de golpe de Estado em Benin... Várias pessoas morreram no Benin durante a tentativa falhada de golpe de Estado no domingo, anunciou hoje o Governo beninense, após uma reunião extraordinária do Conselho de Ministros.

Por LUSA 08/12/2025

No início da manhã de domingo, "violentos confrontos" opuseram amotinados e a guarda republicana na residência do presidente, Patrice Talon, causando "vítimas de ambos os lados", indicou o governo, citado pela Agência France-Presse.

Alguns golpistas foram detidos e outros estão em fuga.

"O pequeno grupo de soldados que organizou a revolta planeava destituir o presidente da República, subjugar as instituições da República e pôr em causa a ordem estabelecida", refere o secretário-geral do Governo, Edouard Ouin-Ouro, no comunicado do Conselho de Ministros.

De acordo com Edouard Ouin-Ouro, os golpistas "tentaram neutralizar ou sequestrar alguns elementos do exército".

Segundo o governo, o chefe do Estado-Maior da Guarda Nacional, Faïzou Gomina, e o general Abou Issa, chefe do Estado-Maior do exército, foram feitos reféns, acabando por ser libertados em Tchaourou, uma cidade situada a mais de 350 quilómetros de Cotonou.

Além disso, morreu a mulher do diretor do gabinete militar do presidente, o general Bertin Bada, "ferida mortalmente" umas horas antes, num outro ataque liderado pelos golpistas.

Um grupo de militares anunciou no domingo de manhã a destituição do presidente beninês e a instauração de uma junta militar liderada pelo tenente-coronel Pascal Tigri, sob o nome de Comité Militar para a Refundação (CMR).

No entanto, pouco depois começaram a surgir mensagens do governo do Benim, com o ministro do Interior, Alassane Seidou, a dar o golpe como abortado.

A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) ordenou o destacamento imediato de tropas para o Benim, após o fracassado golpe de Estado.

A força regional é composta por tropas da Nigéria, Serra Leoa, Costa do Marfim e Gana, e tem como missão "apoiar o Governo e o Exército Republicano do Benim na preservação da ordem constitucional e da integridade territorial do país".

A CEDEAO já tinha condenado "veementemente" a tentativa de golpe e elogiado o Governo do presidente Patrice Talon por ter conseguido restabelecer a ordem.

Patrice Talon, de 67 anos, chegou ao poder em 2016 e foi reeleito em 2021, tendo lançado um programa político e económico centrado no desenvolvimento do país.

No entanto, os seus críticos acusam-no de ter conduzido a uma erosão das instituições democráticas, outrora consideradas exemplares na região.

As próximas eleições presidenciais no Benim estão previstas para abril de 2026 e Talon não será candidato, por ter cumprido os dois mandatos de cinco anos permitidos pela Constituição.

Porque a Comunidade Internacional Rompeu com Fernando Dias da Costa: As Cinco Razões que Anteciparam o Declínio do Apoio Externo

Por: Frits O. Cole – Jornalista    Nova Iorque, 04 de Dezembro de 2025

Num movimento pouco comum na diplomacia contemporânea, a comunidade internacional afastou-se de Fernando Dias da Costa ainda antes da divulgação oficial dos resultados eleitorais na Guiné-Bissau. Esse corte abrupto — perceptível nos corredores da CEDEAO, União Europeia, Nações Unidas e entre parceiros bilaterais — não surgiu por acaso. Foi o produto final de uma avaliação estratégica devastadora, conduzida em silêncio por capitais que não arriscam a sua credibilidade em aventuras políticas contaminadas.

A seguir, apresentam-se as cinco razões estruturais que explicam por que motivo Fernando Dias deixou de ser considerado um interlocutor aceitável e passou a ser, para os principais centros de decisão global, um fator de instabilidade e um risco geopolítico intolerável.

1. Ligações Diretas ao Narcotráfico Internacional

O elemento mais explosivo prende-se com a ligação direta e plenamente documentada entre Fernando Dias da Costa e Danilson “Nick” Gomes Ié — figura central do narcotráfico na África Ocidental. Dossiês partilhados por agências internacionais, incluindo unidades antidroga europeias e norte-americanas, apontam Nick como elo operativo entre cartéis colombianos e redes criminosas brasileiras.

A leitura dos parceiros internacionais foi inequívoca:

um eventual governo Fernando Dias significaria a entrada oficial dos cartéis no centro do poder político guineense.

Um diplomata europeu sintetizou o diagnóstico de forma crua:

> “Não podíamos apoiar uma candidatura cuja vitória implicaria a institucionalização do narcotráfico no topo do Estado.”

A partir desse momento, Fernando tornou-se politicamente radioativo.

2. Risco Elevado de Captura do Estado e Instauração de um Narco-Governo

As projeções estratégicas indicavam que uma vitória de Fernando aceleraria a captura total das instituições do Estado por redes criminosas. Para os parceiros internacionais, tratava-se do ponto de não retorno.

Os cenários eram claros:

colapso da autonomia das forças de segurança,

infiltração massiva do aparelho estatal,

multiplicação exponencial de rotas marítimas e aéreas de cocaína,

transformação da Guiné-Bissau no maior entreposto de droga do Atlântico.

A leitura em Bruxelas e Abuja foi simples:

um eventual governo Fernando Dias não seria um acidente institucional, mas um narco-regime consolidado por via eleitoral.

3. Instabilidade Militar e Risco Imediato de Fragmentação das Forças Armadas

Outra variável crítica foi a avaliação militar. A ascensão de Fernando teria gerado, segundo relatórios confidenciais, uma reação armada interna. Setores das forças armadas — historicamente sensíveis ao avanço desenfreado do narcotráfico — não aceitariam a consolidação de Nick como poder paralelo.

Os relatórios projetavam:

ruptura da cadeia de comando,

emergência de alas militares rivais,

elevado risco de golpe de Estado,

escalada de confrontos em Bissau e no interior.

Apoiar Fernando equivaleria, para a comunidade internacional, a patrocinar um conflito interno inevitável. Nenhum parceiro esteve disposto a assumir essa fatura.

4. Consequências Diplomáticas Catastróficas e Isolamento Imediato

Estados Unidos, União Europeia e Portugal deixaram claro que não reconheceriam nem dialogariam com um governo capturado por cartéis. As repercussões seriam automáticas:

congelamento de financiamento e cooperação,

sanções direcionadas,

bloqueio de ajuda técnica e securitária,

aumento de vigilância internacional sobre navios e aeronaves,

perda de credibilidade nos fóruns multilaterais.

A mensagem foi objetiva:

a Guiné-Bissau tornar-se-ia um pária diplomático caso Fernando fosse guindado ao poder.

5. Ameaça Existencial à Estabilidade da África Ocidental

Num contexto regional já saturado por golpes militares e por redes jihadistas, a CEDEAO avaliou que a vitória de Fernando funcionaria como acelerador de instabilidade em toda a região.

As projeções incluíam:

interação entre jihadismo e narcotráfico,

intensificação do fluxo de armas, drogas e capitais ilícitos,

pressão criminosa sobre Senegal, Guiné e Serra Leoa,

reorganização das rotas de cocaína com epicentro em Bissau.

A conclusão dos peritos foi categórica:

um governo Fernando Dias colidiria com os pilares de segurança coletiva da CEDEAO e colocaria toda a região em risco.

Uma Decisão Preventiva e Irreversível

Muito antes dos resultados eleitorais, os parceiros externos já haviam encerrado o dossiê Fernando Dias da Costa. A decisão de retirar apoio não foi movida por simpatias políticas, mas por cálculo estratégico.

Não se tratou de ingerência, mas de autoproteção.

Não foi idealismo, mas gestão de risco.

Não foi rejeição diplomática, mas um veto global a um projeto considerado perigoso.

A comunidade internacional enviou um aviso cristalino:

nenhum poder será reconhecido se servir como plataforma para interesses criminosos.

A Guiné-Bissau encontra-se numa encruzilhada histórica -- e desta vez, o mundo recusou-se a assistir passivamente à captura do Estado.

Guiné-Bissau: Alto Comando Militar publica Carta Política de Transição... O Alto Comando Militar para a Restauração da Segurança Nacional e Ordem Pública tornou pública, esta quinta-feira, a Carta Política de Transição.

O documento estabelece o quadro jurídico e institucional que orientará o país após a ruptura da ordem constitucional verificada em 26 de novembro de 2025.

Segundo o preâmbulo, o Alto Comando Militar justifica a assunção do poder com a existência de um alegado plano de desestabilização do país, envolvendo redes de criminalidade organizada ligadas ao narcotráfico, incitação ao caos e ao tribalismo, tentativa de manipulação dos resultados eleitorais e a descoberta de um depósito clandestino de armas de guerra. O órgão militar afirma ter atuado para evitar que tais acontecimentos degenerassem em conflito civil.

A Carta reafirma o compromisso com a segurança nacional, a preservação da ordem democrática, a proteção dos direitos fundamentais e o respeito pelos compromissos internacionais da Guiné-Bissau. Mantém em vigor a Constituição da República, exceto nos pontos que contrariem o novo quadro transitório.

A transição será conduzida por quatro estruturas centrais, nomeadamente,

Presidente da República de Transição, designado pelo Alto Comando Militar;

Alto Comando Militar, como órgão supremo de orientação política;

Conselho Nacional de Transição (CNT), composto por 65 membros e responsável por funções legislativas e de fiscalização;

Governo de Transição, liderado por um Primeiro-Ministro nomeado pelo Presidente de Transição.

O Presidente de Transição terá amplas competências, incluindo nomeações de altos cargos, direção da política externa, promulgação de decretos e convocação de eleições. 

Já o CNT será responsável por preparar a revisão constitucional, acompanhar o Governo e tutelar a Comissão Nacional de Eleições.

O Governo de Transição assume a condução política, administrativa e económica do país, devendo organizar as eleições presidenciais e legislativas, bem como executar programas de emergência para estabilização nacional.

A Carta fixa um período de transição de 12 meses, que terminará com a posse do novo Presidente da República e o início da próxima legislatura. Durante este período, o Presidente de Transição e o Primeiro-Ministro ficam impedidos de se candidatar às eleições que encerram o processo.

O documento prevê ainda a adoção de uma lei de amnistia para os atos relacionados com a ruptura constitucional de 26 de novembro.

O Supremo Tribunal de Justiça será o depositário oficial da Carta e responsável por dirimir conflitos relacionados à sua interpretação. A Carta estabelece que, em caso de contradição entre suas normas e a Constituição parcialmente em vigor, prevalecerá o texto transitório.

A Carta Política de Transição entra em vigor na data da sua assinatura e permanece aberta à adesão de todos os partidos políticos legalmente constituídos.👇👇👇

 TV VOZ DO POVO

O Primeiro-Ministro deTransição Ilídio Vieira Té, recebeu hoje em audiência o Embaixador da República do Senegal, para uma reunião de trabalho que reforçou as relações de cooperação entre os dois países.

COMUNICADO À IMPRENSA.

Dois militares reféns no Benim libertados mas líder do golpe continua em fuga... O líder do golpe fracassado no Benim continua foragido, e os dois oficiais de alta patente do Exército beninês que haviam sido mantidos como reféns pelos golpistas foram libertados em Cotonou, anunciou a imprensa.

Foto: Olympia de Maismont/AFP   Por JN/Agências  8 de dezembro, 2025 

Um grupo de soldados autodenominado Comité para a Refundação, liderado pelo tenente-coronel Pascal Tigri do exército do Benim, invadiu a estação de televisão nacional na madrugada de domingo, anunciando a destituição do presidente Patrice Talon, a dissolução do governo e a suspensão de todas as instituições estatais.

No entanto, pouco depois começaram a surgir mensagens do Governo do Benim, com o ministro do Interior, Alassane Seidou, a dar o golpe como abortado.

Segundo a AP, continua desconhecida a localização do líder do golpe fracassado no Benim.

Entretanto, segundo a AFP, dois oficiais de alta patente do exército beninês mantidos como reféns pelos golpistas foram libertados hoje em Cotonou.

O golpe foi frustrado pelos militares do Benim, apoiados pelas forças aéreas e terrestres nigerianas, que lançaram uma série de ataques contra os amotinados em fuga. Pelo menos uma dúzia de soldados foram presos, enquanto outros continuavam hoje a monte, sendo o paradeiro de Tigri ainda desconhecido.

Segundo a AFP, a capital económica do Benim estava calma na manhã de hoje e o trânsito estava a retomar gradualmente.

Após um dia de incerteza, o presidente Patrice Talon afirmou no domingo à noite que a situação estava "totalmente sob controlo".

A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) ordenou o destacamento imediato de tropas para o Benim, após o fracassado golpe de Estado ocorrido este domingo no país, anunciou o bloco regional em comunicado.

A força regional será composta por tropas da Nigéria, Serra Leoa, Costa do Marfim e Gana, e terá como missão "apoiar o Governo e o Exército Republicano do Benim na preservação da ordem constitucional e da integridade territorial do país", acrescenta a nota.

Talon, de 67 anos, chegou ao poder em 2016 e foi reeleito em 2021, tendo lançado um programa político e económico centrado no desenvolvimento do país. No entanto, os seus críticos acusam-no de ter conduzido a uma erosão das instituições democráticas, outrora consideradas exemplares na região.

As próximas eleições presidenciais no Benim estão previstas para abril de 2026, não sendo Talon candidato, por ter cumprido os dois mandatos de cinco anos permitidos pela Constituição.

Guerra na Ucrânia: Questão territorial continua a ser "questão mais problemática"... A questão territorial continua a ser a mais problemática nas negociações para o fim da guerra na Ucrânia, disse hoje à agência France-Presse um alto responsável próximo do dossiê.

© Kostiantyn Liberov/Libkos/Getty Images    Lusa   08/12/2025 

Segundo o alto responsável, que foi informado sobre as últimas rondas de negociações entre a Ucrânia e os Estados Unidos da América no fim de semana, aquela exigência "mantém-se e é a questão mais problemática". 

"Vladimir Putin [presidente russo] não quer concluir um acordo sem território. Por isso, eles [russos] estão a analisar todas as opções para garantir que a Ucrânia cede território no Donbass, na região leste do país parcialmente ocupada pela Rússia, adiantou.

A Rússia, que controla a maior parte dos Donbass, quer obter todo o território, uma exigência repetidamente rejeitada por Kyiv.

Segundo o responsável, Washington está a pressionar a Ucrânia para que aprove rapidamente um plano para terminar a guerra, mas Kyiv "não pode aceitar tudo sem examinar os detalhes", acrescentou.

Os Estados Unidos apresentaram há quase três semanas uma proposta inicial com 28 pontos, que a União Europeia e a Ucrânia consideraram que favorecia Moscovo, e que não incorporou contributos da União Europeia ou da Ucrânia.

O plano previa, entre outras questões, o reconhecimento da soberania russa no Donbasss e na Crimeia, anexada em 2014.

Previa também a redução do exército ucraniano para 600.000 efetivos, menos 200.000 do que atualmente, e a renúncia da Ucrânia à adesão à NATO (Organização do Tratado Atlântico Norte, na sigla inglesa) inscrita na Constituição do país.

Destinado a pôr fim ao conflito desencadeado pela ofensiva russa contra a Ucrânia em fevereiro de 2022, o plano foi alterado substancialmente após várias sessões de negociações com os ucranianos em Genebra (Suíça) e na Florida (EUA), para tentar alterar o texto em favor de Kyiv.

O documento foi apresentado na terça-feira ao presidente russo, durante uma visita a Moscovo do enviado presidencial norte-americano, Steve Witkoff, e do genro do presidente norte-americano e mediador informal, Jared Kushner.

Após três dias de negociações na Florida entre as autoridades ucranianas e norte-americanas, não houve avanços significativos no sábado.

No entanto, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, prometeu continuar as negociações em busca de uma "verdadeira paz", enquanto a Rússia tem feito novos ataques com drones e mísseis contra a Ucrânia.

A retirada do Donbasss, a renúncia ucraniana a ingressar na NATO, as garantias de segurança e as reparações russas no pós-guerra são algumas das questões que dividem as duas partes nas negociações sob mediação dos Estados Unidos.

A Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022, desencadeando o pior conflito armado na Europa desde a Segunda Guerra Mundial, que fez centenas de milhares de mortos e milhões de refugiados.


Leia Também: Rússia lançou 149 drones de longo alcance contra Ucrânia desde domingo

A Rússia lançou, entre a tarde de domingo e a manhã de hoje, 149 drones de longo alcance contra o território ucraniano, dos quais 131 foram neutralizados pelas defesas ucranianas, segundo a Força Aérea da Ucrânia


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Migrações: UE concorda na definição de país seguro para retornos de migrantes... Os Estados-membros da União Europeia (UE) chegaram hoje a um acordo sobre as regras que catalogam países terceiros como seguros para o retorno de pessoas a quem foi negado direito de asilo no bloco.

© Lusa   08/12/2025 

Com este acordo, o Conselho da UE pode agora negociar com o Parlamento Europeu uma posição comum.

O Conselho da UE concordou que o conceito de país terceiro seguro pode ser aplicado quando, em primeiro lugar, há uma ligação entre o requerente e o país (deixando de ser obrigatório), a pessoa passou em trânsito pelo país terceiro antes de chegar à UE ou, em terceiro lugar, existe um acordo ou um regime com um país terceiro seguro que garanta que o pedido de asilo de uma pessoa será examinado no país em questão.

Este último caso não se aplica a menores não acompanhados, refere o Conselho em comunicado.

As novas regras estipulam que um requerente de asilo que recorra de uma decisão de inadmissibilidade com base no conceito de país terceiro seguro deixará de ter o direito automático de permanecer na UE durante o processo de recurso.

O conceito de país de origem seguro permite aos Estados-membros criar um sistema especial para a análise dos pedidos de proteção internacional.

Nos termos do regulamento relativo ao procedimento de asilo de 2024, adotado no âmbito do Pacto sobre Asilo e Migração, os Estados-membros devem aplicar um procedimento acelerado aos requerentes provenientes de um país de origem seguro e podem realizá-lo na fronteira ou em zonas de trânsito.

As regras relativas aos países de origem seguros baseiam-se no pressuposto de que os requerentes provenientes desses países beneficiam de proteção suficiente contra o risco de perseguição ou de violações graves dos seus direitos fundamentais. Os países não pertencentes à UE só podem ser designados como países de origem seguros quando cumprem um elevado nível de segurança.

Os países candidatos à adesão à UE, bem como Bangladeche, Colômbia, Egito, Índia, Kosovo, Marrocos e Tunísia estão classificados como seguros.