25 de julho de 2020

DECLARAÇÃO DA ASSOCIAÇÃO DA COMUNIDADE E AMIGOS DA GUINÉ-BISSAU EM ITÁLIA

DECLARAÇÃO DA ASSOCIAÇÃO DA COMUNIDADE E AMIGOS DA GUINÉ-BISSAU EM ITÁLIA

Bô mandanu técnicos pa bim fassinu passaporte
Ka bô djubi pa nô erros

"BARAFUNDA" DE MEIA DÚZIA PENALIZA A COMUNIDADE INTEIRA

Certamente os protagonistas da desordem do dia 13 deste mês, na casa mãe dos padres do PIME em Milão, já se arrependeram e perceberam que causaram sérios danos a si mesmos, a seus colegas e a toda a comunidade guineense em Itália.

Acredito que, se pensássemos antecipadamente nas consequências do ato que praticamos e, se tivéssemos acreditado nas palavras de um dos responsáveis da Ascoagui que nos explicou no dia 12, em frente ao portão do PIME, que o processo de emissão do passaporte não terminaria no dia 13, conforme anunciado anteriormente, nos custaria muito menos do que o preço que estamos a pagar agora.

Lamentamos muito aqueles que sairam de Roma, Foggia, Bari e Secilia, lugares mais distantes, pagando transportes até Milão, dormindo na rua e depois voltaram sem recibo de emissão de passaporte por causa daqueles que, ñ obstante vivem em um país civil há anos, ainda se comportam como animais irracionais.

O nosso comportamento compulsivo de bloquear as portas de acesso à sala onde os passaportes foram emitidos, impedindo a saída das duas funcionárias de nossa embaixada em Portugal, nossas irmãs, que já haviam renunciado às suas agendas no país em que residam, aceitando a solicitação do governo para continuar o trabalho de emissão dos documentos até a última pessoa necessitada, é inaceitável e condenável.

A "figura de merda" que fizemos na manhã do dia 12, ao nos recusarmos a deixar o recinto da residência do PIME após sermos acolhidos pelo superior que nos permitiu passar a noite, deixa sinais negativos para a nossa comunidade.

O Pontifício Instituto das Missões Estrangeiras (PIME), é uma instituição religiosa italiana, não pertencente à Guiné-Bissau. O Bruno Morlacchi não é um cônsul de carreira, ele é um homem de negócios, um cônsul honorário. Portanto, devíamos ter uma postura mais moderada e diferente para não comprometer o processo como aconteceu.

"As boas maneiras dão sempre rendimento, as más nunca", dizia o malogrado Pe. Battisti Ermanno.

À luz do cenário projetado, perguntamos:
Que dividendo obtemos com o barrulho feito na via Mosè Bianchi 94, em Milão?
Qual foi a culpa das funcionárias da embaixada para serem "sequestradas" na sala?
Fomos capazes de forçá-las a fazer-nos passaporte?

Onde e quando encontraremos um local melhor e mais confortável do que o PIME na cidade de Milão para emitir documentos em caso de regresso do pessoal da nossa embaixada em Portugal?

Compatriotas, a resposta cabe aos protagonistas da "barafunda" de Milão, um acontecimento vergonhoso e indignificante para uma comunidade como nossa que goza de grande prestígio na Itália.
Indisciplina de meia dúzia prejudica a comunidade inteira.

A associação da Comunidade e Amigos da Guiné-Bissau em Itália (Ascoagui), condena com veemência o ato de 13 de julho e aproveita a oportunidade para pedir desculpas a seus sócios e amigos pelo que aconteceu em Milão no PIME.

Nosso pedido será extensivo à secretária de Estado das Comunidades, Dra. Dara Fonseca Ramos, que fez muito para tornar realidade a emissão de passaportes para nossos emigrantes na Itália.
Desculpas igualmente ao nosso ilustre embaixador em Portugal, Dr. Hélder Lopes Vaz, que sempre nos recebía de braços abertos toda vez que batíamos à porta da Embaixada.

Ka bô djubi pa nô comportamento. Bô mandanu más técnicos de Consulado pa bim fassinu passaporte.

Ascoagui

Fonte: Ministério dos Negócios Estrangeiros da Guiné-Bissau

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