domingo, 27 de janeiro de 2019

Jovem pede que guineenses tenham acesso à educação de qualidade e às mesmas oportunidades que os filhos de políticos têm

Abu Lay Camará, jovem guineense

Abu Lay Camará, de 23 anos, sonha em se tornar um jornalista de televisão, mas por enquanto teve que optar por estudar ciência política e relações internacionais no Instituto Politécnico Nova Esperança em Bissau, pois é o curso que ele tem condições de pagar.

A Guiné-Bissau passa por uma crise política que já dura quase quatro anos e que deixou as principais instituições completamente paralisadas. Foi em 16 de abril de 2018 que o sétimo primeiro-ministro foi empossado pelo Presidente José Mário Vaz, eleito em 2014.

José Mário Vaz havia marcado eleições legislativas para o dia 18 de novembro, mas devido ao atraso no recenseamento eleitoral isso não foi possível. Em dezembro, o presidente anunciou que as eleições vão occorrer no dia 10 de março.

Em entrevista à Voz da América, Abu diz estar otimista com relação ao futuro da Guiné-Bissau e acha que as coisas vão melhorar depois da realização de eleições justas e transparentes.

“Os nossos governantes já aprenderam com as eleições que essa crise política não ajuda o país. Somente a estabilidade.”

Ele sabe que não é fácil conseguir emprego, mas espera que com esforço e dedicação consiga entrar no mercado de trabalho.

Abu deixou uma mensagem para os políticos na qual pediu que tenham misericórdia do povo. Disse que eles estão a tratar os guineenses de forma desumana, já que a maioria dos jovens não tem acesso a condições satisfatórias nas áreas de educação, saúde e habitação.

Abu citou a realidade contrastante dos filhos dos políticos de seu país, os quais conseguem receber um ensino de qualidade em boas universidades no exterior. Por isso, os governantes não se preocupam com a educação na Guiné-Bissau.

Segundo Abu, a maioria dos jovens universitários não tem um computador portátil para fazer os trabalhos e nem acesso à Internet.

Ele apelou para que os políticos invistam na educação e em oportunidades para os jovens conseguirem um emprego.

"Aqui na Guiné se você não tem amigo num ministério, ou seu pai não é ministro, você não vai conseguir entrar no mercado de trabalho".

Abu terminou a entrevista expressando otimismo para 2019 e acreditando que a situação no seu país vai mudar.

VOA

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